terça-feira, 29 de novembro de 2011

segunda-feira, 28 de novembro de 2011


Acho que eu só ando precisando um pouco de mar, areia e noite na praia.

19:19

Não era o vento frio que arrepiava os pelos do braço. O vento, como elemento natural, era só um artifício barato pra se desculpar pela luz trêmula que emanava do corpo.
Era o grito agonizante que ecoava nas notas musicais. Era grito pedinte, suplicante. Quente, rouco. Era o grito medonho e tosco. Fosco de todo. O grito era o provocador, o arrepiador. Cordas vibrantes elucidadas, hilariantes. Descompromissadas com a eternidade. As cordas vibravam sons indistinguíveis e complexos ao mesmo tempo. Vivas.
Ou eram mortas? Ah, é coisa que ninguém pode saber.
É uma linha tênue a que separa a vida da morte e ela é quase imperseptível de todo. Só se distingue os vivos dos mortos nos exames de autópsia. E nem assim. A morte interna é estranha ao ser que a sofre e se inicía muito antes da morte física. É um processo de intermináveis anos saudosos e solítários. Solitários, pois todo ser é um individual, sozinho. Isolado em suas particularidades ávidas de exclusão.
Assim como todo grito excluso de razão. Gritos que vêm do estômago, das entranhas e das ausências dos passeios de verão. 

sábado, 26 de novembro de 2011

O engraçado hoje, é que quis te ligar e te dizer que também te amo.
O engraçado hoje, é que de engraçado a situação nada tinha.
O engraçado hoje, era pensar como eu era mesquinha
E com zero de inteligência emocional.
O engraçado hoje, era pensar que tudo que eu digo é mentira
E toda mentira que eu digo é verdade.
O engraçado hoje, era perceber a fragilidade dos ossos
E mais ainda da mente.
O engraçado hoje, era saber que não era engraçado.
O engraçado era saber que eu era um ponto inacessível de solidão
Com menos de 16 anos.
É, isso era engraçado.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Minha forma disforme parece não se encaixar em lugar nenhum.

Necessita-se de conhecimentos astronômicos: vagas abertas

Existe um milhão de coisas entre mim e Vênus. Um bilhão de asteróides, cometas, nebulosas, órbitas, gases. Existe tanto.
E pensar que o ponto vsível de forma luminosa é um planeta inteiro. E que se um planeta inteiro pode ser também apenas um ponto no espaço, eu não sou nada.
Eu sou nada para Vênus, nem um mísero ponto visível. E absolutamente, deve haver mais de um bilhão de coisas entre mim e Vênus que eu não consigo ver, tocar, sentir, ou ao menos saber da existência. Tantos fragmentos invisíveis aos meus olhos nus existencialistas, que nem ao menos é possível fazer uma estimativa de quanto são. Tantos outros corpos materiais e não materiais que não fazem ideia da minha presença no mundo. Nem por pesquisas do IBGE. E depois de Vênus há tanto mais. Há Calisto, a Lua linda de Júpiter. Nem sei porque gosto tanto de Calisto. Talvez seja só pela sua beleza inalcançável de satélite natural.
Queria poder ver além de minha baixa atmosfera, presenciar a morte de uma estrela ou sentir a existência real do vazio. Do espaço. Da ausência de corpos com massa suficiente para atrair outros. De campos gravitacionais. Na verdade não faço ideia do que há entre mim e o próximo bairro, quanto mais entre mim e Vênus.
Não espero então que Vênus me reconheça, da forma como o reconheço. Nem que exista da forma como acho que exite. Apenas que não seja só luz.
Não existe fuga da existência, do corpo. Por muito tempo achei que a casca fosse apenas isso, descartável, desnecessária, casca. No entanto ela é fundamental. Não sei o destino nem o fim. Nem sei se essa coisa de destino existe. Sei que o fogo é um brasão do corpo e que a mente não permeia a alma. São distintas e complementares.
"Se é mesmo a vida quem desata os nós (e o medo dela não nos deixa entender)" - Medulla



quarta-feira, 23 de novembro de 2011

"[...] tudo tocado pelo tempo e pelos mortos, tudo que é saudade ou aspira a sê-lo. Alguém suspirou:
- 'A grande dor das coisas que passaram'

Mas o pintor reagiu:
- A grande cor, a grande flor das coisas que passaram." - Carlos Drummond de Andrade
RECADOS DE MARTE

Transmissão nº6:
Como pode ser tão difícil dizer o que precisa ser dito? Não sei exatamente como funciona a dinâmica da expressão, nem faço questão de completo entendimento. Apenas deveria ser mais fácil se expor com palavras ditas e não escritas. É o mais natural. É só que é tão complexo formular uma frase com todas as letras, fonêmas, toda sua composição metafórica e ainda expressá-la utilizando a própria voz... É tão temeroso dizer as palavras que se quer dizer. Estar no mundo é uma vivência que só pode ser entendida em mundos paralelos. É arriscado.

domingo, 20 de novembro de 2011

"(...) farei o possível para não amar demais as pessoas, sobretudo por causa das pessoas. Às vezes o amor que se dá pesa, quase como uma responsabilidade na pessoa que o recebe. Eu tenho essa tendência geral para exagerar, e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo. É uma forma de paz..." - Clarice Lispector

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

"Stuttering
Cold and damp
Steal the warm wind
Tired friend
Times are gone" - Chris Cornell
"There's a lot I want to tell you
But I don't know where to start
And I don't know what I'd do if you walked away" - KISS

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Não preste atenção.
Nas horas tristes
É que se faz o peso do mundo
sobre as costas humanas.

E nas horas claras
Frias e mortas
Não há sossego
Ao tempo.

Não que seja o tempo
Causador da discórdia
E do enlace
Nas escalas diatônicas.

Não pertence ao tempo a característica
De ser ou não viável
Amável ou cortés.

Nem ao homem pertence.
O tempo que se passa
Não pertence a nada

O tempo que se passa
É prematuro,
Como a angústia
E o fim do café

No entanto,
Se espera do tempo muito mais
Do que lhe é possível ceder.

O tempo não é mal ou bom.
O tempo tão pouco existe,
Como as filosofias

O que existe são as folhas
E as estações do ano

O que existe é o movimento de translação da Terra
E a ciência filosofia.

"Sorris? Eu sou um louco. As utopias,
Os sonhos da ciência nada valem.
A vida é um escárnio sem sentido,
Comédia infame que ensanguenta o lodo." - "Glória moribunda" Álvares de Azevedo
Nada é real. Amanhã não tem aula. Eu não choro. Ninguém chora. Felicidade é eterna e não existem relações complicadas. Tudo é tão fácil e simples. Eu sou livre. Eu tenho dinheiro. O mundo é uma fotografia. Tem água no chão. Dá pra alcançar as nuvens daqui. Eu consigo te ver. Já é Janeiro. A lua ficou cheia. Não se preocupe, nada é real.
Parece que o mundo resolveu virar de ponta cabeça. Bem agora.

domingo, 13 de novembro de 2011

As Contradições do Corpo

"[...]Quero romper com meu corpo,
quero enfrentá-lo, acusá-lo,
por abolir minha essência,
mas ele sequer me escuta
e vai pelo rumo oposto.

Já premido por seu pulso
de inquebrantável rigor,
não sou mais quem dantes era:
com volúpia dirigida,
saio a bailar com meu corpo." - Carlos Drummond de Andrade

A CIDADE MONSTRO

A cidade engole,
em sua característica de monstro,
as almas pequenas e grandes,
os artistas e as pombas, os coqueiros
e as calçadas,
tudo.
A cidade é feita de prédios altos e de pessoas baixas,
ambos espelhados.
A cidade é feita da sons e cores.
Não é monstro dócil, ou domesticado.
A cidade é animalesca,
brutal, primitiva.
Ao mesmo passo que se coloca com inventiva,
fonte de inspiração e oportunidades.
O som da música frágil
é esmagado pelos motores
dos carros, pelas buzinas
dos carros, e pelos ouvidos
surdos
interminavelmente à beleza do que
é verdadeiramente belo.

"Minha janela redonha
das coisas que existem e não existem,
onde vejo namoros ardentes de colegiais,
teatro em plena rua,
brigas de casais, furtos à meia-lua.
Fantasio outras ruas extemporâneas
com olhos biônicos de câmera de vigilância.
Monitoro vidas paralelas a essa
porque o tempo nesta janela é o do pensamento,
corre na velocidade das nuvens
e nunca se reconfigura como da primeira vez.
Minha janela redonda, das coisas que se veem e que não se veem." - Elisa Andrade Buzzo

sábado, 12 de novembro de 2011



Andando pela Av. Paulista hoje, vi pela primeira vez os cartazes poéticos e filosóficos de Samuel Salles, um senhor de 53 anos, ex-cobrador de ônibus e porteiro, auto intitulado poeta e pensador.
Dono de uma bela caligrafia, enfeita calçadas feias com seus pensamentos admiráveis.
É muito interessante ver assim uma impressão tão viva de alguém, expressando com um pouco mais de vontade e um pouco menos de ajuda sua visão sobre o que o cerca.
Quando passei em frente, já havia uma infinidade de cartazes brancos, coloridos com a tinta de pincéis atômicos, carregados da profundidade do que habita dentro do homem.
Feliz é esse Samuel Salles, que tem a capacidade de fazer o que bem entende sem se preocupar com o que o resto do mundo quer os se esse se importa.
Abaixo, três dos vários cartazes do autor. Não sei se são os mais interessantes, mas como estava desprovida de máquina fotográfica na hora (coisa chata de acontecer), foram essas as mais interessantes que consegui encontrar.
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      - Não sei se quero dar seguimento a esse livro louco. Ele pertence a esse mundo louco, vem de gente louca, gente alucinada e incompreendida.
      A luz apagou na cozinha. Veio em passos ruidosos, meio abafados, com os pés descalços. Os cachos soltos se amaranhavam naquilo que ela chamava de cabelo. Dois copos na mão.
      - Você sempre quer parar de escrever esse livro, mas nunca para. Talvez realmente devesse parar.
      Entregou o copo ao homem encostado em seu sofá.
      - Você não entende nada do que eu digo. Não quero parar, disse que não sei se quero seguir.
      - E não seguir não é a mesma coisa que parar?
      - Não. Parar é bem diferente. Parar é brusco, parar é um fim.
      - Não seguir também. - Ainda encostado, cruzou os braços, com certo ar de quem sabe das coisas.
      - Não! Não seguir é uma pausa. É um simples intervalo temporal. - Com seus jeans desbotados, entregou uma das taças de líquido ignorado que segurava nas mãos morenas a ele.
      - Você fala como se realmente soubesse sobre o tempo.
      - Com certeza sei mais que você.
      - Sabe mesmo, e eu sei que sabe.
      Eles riram. Era bom rir junto.
      Foi até a janela, abriu. Parou no parapeito e ficou olhando a paisagem daquele apartamento no 15º andar.
      Tudo parecia tão longe.
      - O que é que você tem heim?
      - Não sei, acho que é falta de estrela. Nunca tem estrela nessa cidade cinza. É por isso que eu sou louca. E você também.
      - Eu não sou louco. Quem é louca é você, falando aqui com alguém que você criou.
      - Eu criei você?
      - Criou. No auge da sua imaginação.
      - Ah...
      - Que foi?
      - Achei que você é quem tinha se criado. Dentro da minha cabeça, é claro. Mas achei que você já existia, antes de eu saber da sua existência.
      - Eu sei.
      Silêncio.
      - Olha! Tem uma estrela ali!
      - Onde? Cadê?
      - Ali olha, bem ali! - Disse ela com o dedo em riste, apontando um pontinho brilhante no céu escuro
      - Não é estrela não.. Será?
      - É sim, olha! Olha ali, bem ali. Tá brilhando!
      - Nem tudo que reluz é ouro.
      - Eu disse estrela.
      - Tá certo. Mas não sei se é não.
      - Tô dizendo que é! Olha, faz tanto tempo que eu não vejo estrela que até..
      A estrela começou a ficar maior. E luzes coloridas piscavam juntamente com  o brilho branco.
      - Mas que... Ah, não é estrela não.
      - É só um avião meu bem.
      O avião-estrela passou. Cruzou o céu ao longo de sua face profunda e vincada.
      - É só um avião, como todas as outras coisas são só o que são. Vai, bebe que passa.

      quinta-feira, 10 de novembro de 2011

      Vazio que não se preenche de nada.
      Nem de palavra,
      nem de almoço,
      nem de amor.
      Quero voltar no tempo, no instante em que disse não ao que poderia ter dito sim. Voltar de nada adianta afinal, pois já são outros tempos. Quem vai me dizer que poderia ter dado certo? Quem me garante? Segundo Drummond, não sei fazer poesia, nem amar do jeito certo. Então no fundo, não sei nada que me dá direito, só sinto saudade do que não tive. Perdi minhas chances quando julguei que os outros julgassem o livro pela maldita capa.


      Atendendo a pedidos, um texto velho e surrado, rabiscado nas páginas mal conservadas de uma agenda qualquer.
      Para Laila M. P. Lima

      terça-feira, 8 de novembro de 2011

      Meus simples passos curtos, lentos e colados não dizem nada. Meus passos pensam bem calados
      sobre mim: "Quem te deu o direito de achar que é a Boa Samaritana do mundo? Ninguém precisa da sua humilde opinião sobre a vida, criança. Deixa de ser boba e toca a vida pra frente". E eu, que de gigante não tenho nada, piso em cima dos meus próprios passos. Calados.
      "É impossível pensar que qualquer coisa no mundo possa durar, desde a fama ao amor, nada disso é eterno, a eternidade não existe, sequer o tempo existe, apesar de senti-los eles não existem, o que nós sentimos são os efeitos dos nossos órgãos parando de funcionar, é a fumaça preta que sai dos canos dos caminhões e se alojam nos brônquios dos nossos pulmões." - Pedro Lacerda Lopes
      Não é que eu não queira que haja beleza e jovialidade em tudo isso. É só que tristeza também pode ser estado de espírito e felicidade é mais efêmera que a divagação do ser em devaneios.
      Não é que eu não queira, é que as vezes nada acontece. Ou tudo acontece, e esse é o real problema.
      Peço
      E somente aquilo que peço
      É o que importa
      Peço
      O impossível o
      impensável

      Peço de todo
      Aquilo que se pede
      Numa mesa de chá.

      E sem pedir
      Mesmo que
      Pedindo
      Peço
      Por si

      O preço
      Sem pagamento
      "Simples e suave coisa

      Suave coisa nenhuma.
      Que em mim amadurece" - Secos e Molhados





      domingo, 6 de novembro de 2011

      A primeira semana

      Minha cabeça se perdeu em algum lugar do meu espírito, e eu perdi você em algum lugar do meu coração.
      E perdi tanta coisa e ganhei tanto de novo. E nada faz sentido ainda. Mas não importa. Não precisa saber o que se sente para que se sinta. Simplesmente, se sente. E com sorte se vive.
      Acho que hoje, tenho sorte. Hoje tenho coisas que não sabia que existiam. Hoje tenho um carnaval na ponta dos pés e um redemoinho nos fios de cabelo. Tenho outra boca na minha e não é estranho o desejo do outro. É compatível. Não é concreto o que sinto, mas é o que sinto. E pelo fato de sentir vivo e de sentir presente e de só ser e compartilhar. De viver e de (quem sabe), amar?

      sábado, 5 de novembro de 2011

      E eu queria saber onde é que a gente estava antes de se achar.
      "O amor não se tem na hora que se quer, ele vem no olhar" - Marcelo Camelo
      Meu pensamento é seu. Fazer o que?
      Há dias em que não me encontro, em que não sou eu no mundo.
      Há dias em que me perco completamente no todo e de tudo, sei em vão.
      E onde há tanta magnitude e malignidade no não saber. No próprio e no benefício. E no sacrifício. E no todo.
      Mas não, não há nada. Só se esquece onde se está. E de tão fictício o local, há possibilidade de o ser real.
      Mas não me encontro e é tão feliz esse fato, ato, que não penso ao menos na possibilidade de reencontrar.
      RECADOS DE MARTE

      Transmissão nº 59:
      Oi. Só queria dizer que morri na areia da praia. E fui embebido pelo mar.
      Só queria dizer que fui embora e ninguém viu. Só queria ter ido embora. Só queria dizer que não fui.
      Oi. Você ficou. E eu não fui pra lugar nenhum.
      O tempo não deixou que eu me durasse, e amadurecesse, da maneira correta, na hora correta.
      Foi tudo em vão.  Toda essa ausência, toda essa angústia, de que me valeu? Se não noites mal dormidas, palavras esquecidas, conversas bobas, medo, e um fragmento frustrado do que sobrou de um ser humano oprimido pelo mundo. Molestado pela falta, pelo bom senso, pela regra. Pelo querer, e só querer. E nada restou do que havia, nada restou do que já fora um dia. Como uma velha senhora saudosista num parque, me ponho com as mãos frígidas a mercê do mundo. E de tudo aquilo que não me diz respeito. Espero um futuro atento e inexistente, como o próprio sentir. Vivendo um fútil papel de vítima, de mocinha da história. Dá pobre coitada Geni e seu Zepelim. Que nem era seu no final das contas. Sem rumo aparente nem estrada. Estática. Sem ida ou volta.
      E são só palavras soltas sem sentido. São só vagos pensamentos sem importância. São poucas horas melancólicas pequenas demais para a realidade.
      "Satânico é meu pensamento a teu respeito, e ardente é o meu desejo de apertar-te em minha mão, numa sede de vingança incontestável pelo que me fizeste ontem. A noite era quente e calma, e eu estava em minha cama, quando, sorrateiramente, te aproximaste. Encostaste o teu corpo sem roupa no meu corpo nu, sem o mínimo pudor! Percebendo minha aparente indiferença,aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem escrúpulos.

      Até nos mais íntimos lugares. Eu adormeci.
      Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão.
      Deixaste em meu corpo e no lençol provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu durante a noite.
      Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama, te esperar. Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força. Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos. Só descansarei quando vir sair o sangue quente do seu corpo.
      Só assim, livrar-me-ei de ti, pernilongo Filho da Puta!!!!" - Carlos Drummond de Andrade




      "a noite esfriou,

      o dia não veio,
      o bonde não veio,

      o riso não veio,
      não veio a utopia

      e tudo acabou
      e tudo fugiu
      e tudo mofou,
      e agora, José?" - Carlos Drummond de Andrade