segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

"All her best years spent distracted
By these tired reenactments
With the right step she'll try her chances
Somewhere else" - Little Joy

As vezes penso se vou ser muito mais feliz do que o garoto popular que senta do meu lado na sala. Há um conceito esperançoso para os pouco felizes, ou belos, ou ricos ou populares, que o futuro lhes reserva muito além daquilo que os que são tudo no presente aguardam. Talvez isso seja um reflexo do céu católico. Mas sinceramente, acho que tenho menos chance de me transformar num gênio, realizar grandes descobertas da física, escrever uma conceitual obra-prima ou me tornar uma referência cinematográfica, do que ele. Se não, as chances são completamente equivalentes.
Na verdade, sinto no íntimo, que não vou frequentar a Academia Brasileira de Letras, nem tocar na Filarmônica de Minas Gerais. A gente não faz esse tipo de coisa. A gente só vive, como gente ordinária, comum. E com sorte ama, fica feliz, depois se reproduz e morre. Com sorte a vida foge um pouco do tédio e não cai na monotonia. Com azar a gente vai virando pedra e se perde no mar do mundo.