quarta-feira, 29 de junho de 2011
terça-feira, 28 de junho de 2011
domingo, 26 de junho de 2011
As vezes eu sinto a paz, escapando pelos meus dedos. Não vivo o sentimento. Melhor dizer: estado de espírito. Parece que quanto tudo está quieto demais alguma coisa precisa acontecer.
Precisa acontecer agora. O tempo não é de esperar pela paz. É de procurar outras formas de alcançar o que é bom. O que nos faz feliz. E fazer com que dure o quanto precisa durar.
Precisa acontecer agora. O tempo não é de esperar pela paz. É de procurar outras formas de alcançar o que é bom. O que nos faz feliz. E fazer com que dure o quanto precisa durar.
sábado, 25 de junho de 2011
Juntando Pedaços
Encontrei. Talvez juntando isso:
Isso:
E Isso:
Se encontra o que eu quero dizer.
Mentira. Não encontrei.
Tentei – juro – tentei encontrar na poesia alheia
A minha forma, minha vontade e o meu desejo.
Não achei. Era pedra enrijecida demais
Para adquirir o formato de meus pensamentos.
Meus pensamentos são meus, são seus,
Mas não se tomam forma.
Porque saem da minha cabeça atônita
De bicho interior
De fruto no caminho. De conto.
Cabeça que não quer mais pensar.
Minha cabeça, que está cheia de amor.
Isso:
E Isso:
Se encontra o que eu quero dizer.
Mentira. Não encontrei.
Tentei – juro – tentei encontrar na poesia alheia
A minha forma, minha vontade e o meu desejo.
Não achei. Era pedra enrijecida demais
Para adquirir o formato de meus pensamentos.
Meus pensamentos são meus, são seus,
Mas não se tomam forma.
Porque saem da minha cabeça atônita
De bicho interior
De fruto no caminho. De conto.
Cabeça que não quer mais pensar.
Minha cabeça, que está cheia de amor.
terça-feira, 21 de junho de 2011
Quando eu tinha oito anos conheci um senhor chamado Carlos Alberto. Foi num desses cursos de Permacultura e seus derivados que minha mãe se metia a ir nas minúsculas cidades de Goiás.
Devia ter uns sessenta e poucos anos, cabelos brancos, barba grisalha. Um rosto suave e reconfortante. Era um homem grande, daqueles que passam confiança logo quando você os olha pela primeira vez, mas qualquer homem é grande, considerando a altura que eu tinha. Era daqueles que não tinham mal em sua composição humana.
Ficamos num alojamento, o dele do lado do nosso.
Criança é curiosa e desinibida. Achei ele interessante.
Parei perto de sua porta um dia, e fiquei olhando meio escondida, disfarçando, não sei bem.
Enquanto desfazia as malas, ele olhou, fiquei encarando. Acho que ri de vergonha.
Talvez ele não tenha visto ameaça em mim, talvez também ficou curioso, talvez fosse só uma gentileza num momento embaraçoso quando uma criança de oito anos de idade para em frente a porta do seu quarto e fica olhando você, mas ele disse, assim que me viu: "Pode entrar" e sorriu, como se estivesse me esperando.
Não sei bem, o que se passou, como se passou. Só sei que fiz um grande amigo.
Antes de ir embora ele me deu um livro dele com poemas de Mario Quintana chamado Quintana de Bolso, uma daquelas edições pra levar em viagem e ler quando quiser.
Acompanhei-o até um determinado ponto do caminho, onde ele pegaria sua carona para a cidade. Levei uma malinha sua pequena, o quanto que podia carregar. Não queria que ele fosse embora. Os olhos lacrimejavam no canto, mas não queria chorar. Devo ter dito alguma coisa em relação a isso, mas ele foi. Me deu um abraço bom. E como velhos amigos nos despedimos. Ele foi, eu fiquei vendo ele indo pela estrada de terra, o carro levantando poeira árida.
Não demorou muito pra que eu partisse também e experimentasse ler alguns dos versos de Quintana.
Enjoei, guardei, esqueci . Recentemente, na tralha das memórias perdidas nebulosas pelo tempo o encontrei no coração e descobri que ele nunca tinha saído de lá. Um amigo meio vô, bonzinho. Mas que me tratava como igual. A memória das cenas é vaga, só lembro da sensação, do aperto no coração de ver ele ir embora, como um parente querido, um amigo esperado. Não nos vimos desde então, mas é como se ele ainda fosse presente, no livrinho gasto de poesias tão bonitas.
Devia ter uns sessenta e poucos anos, cabelos brancos, barba grisalha. Um rosto suave e reconfortante. Era um homem grande, daqueles que passam confiança logo quando você os olha pela primeira vez, mas qualquer homem é grande, considerando a altura que eu tinha. Era daqueles que não tinham mal em sua composição humana.
Ficamos num alojamento, o dele do lado do nosso.
Criança é curiosa e desinibida. Achei ele interessante.
Parei perto de sua porta um dia, e fiquei olhando meio escondida, disfarçando, não sei bem.
Enquanto desfazia as malas, ele olhou, fiquei encarando. Acho que ri de vergonha.
Talvez ele não tenha visto ameaça em mim, talvez também ficou curioso, talvez fosse só uma gentileza num momento embaraçoso quando uma criança de oito anos de idade para em frente a porta do seu quarto e fica olhando você, mas ele disse, assim que me viu: "Pode entrar" e sorriu, como se estivesse me esperando.
Não sei bem, o que se passou, como se passou. Só sei que fiz um grande amigo.
Antes de ir embora ele me deu um livro dele com poemas de Mario Quintana chamado Quintana de Bolso, uma daquelas edições pra levar em viagem e ler quando quiser.
Acompanhei-o até um determinado ponto do caminho, onde ele pegaria sua carona para a cidade. Levei uma malinha sua pequena, o quanto que podia carregar. Não queria que ele fosse embora. Os olhos lacrimejavam no canto, mas não queria chorar. Devo ter dito alguma coisa em relação a isso, mas ele foi. Me deu um abraço bom. E como velhos amigos nos despedimos. Ele foi, eu fiquei vendo ele indo pela estrada de terra, o carro levantando poeira árida.
Não demorou muito pra que eu partisse também e experimentasse ler alguns dos versos de Quintana.
Enjoei, guardei, esqueci . Recentemente, na tralha das memórias perdidas nebulosas pelo tempo o encontrei no coração e descobri que ele nunca tinha saído de lá. Um amigo meio vô, bonzinho. Mas que me tratava como igual. A memória das cenas é vaga, só lembro da sensação, do aperto no coração de ver ele ir embora, como um parente querido, um amigo esperado. Não nos vimos desde então, mas é como se ele ainda fosse presente, no livrinho gasto de poesias tão bonitas.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Sabe, existe uma coisa chamada tempo.
E ele passa. Passa tanto que a gente nem vê.
Eu passo também.
Eu e o tempo. Nós passamos. Nós vamos embora. Eu volto. Ele não.
As vezes ele reaparece, e quando isso acontece eu não o agarro. Por que o tempo não foi feito pra voltar. Só continuar até um fim que não existe.
Então eu espero. Vou com ele. Vou até o infinito.
Se um dia eu voltar foi erro da natureza. Mas se no trajeto, do infinto, os caminhos se cruzarem denovo, é o tempo. Que acabou se seguir sua trajetória.
E ele passa. Passa tanto que a gente nem vê.
Eu passo também.
Eu e o tempo. Nós passamos. Nós vamos embora. Eu volto. Ele não.
As vezes ele reaparece, e quando isso acontece eu não o agarro. Por que o tempo não foi feito pra voltar. Só continuar até um fim que não existe.
Então eu espero. Vou com ele. Vou até o infinito.
Se um dia eu voltar foi erro da natureza. Mas se no trajeto, do infinto, os caminhos se cruzarem denovo, é o tempo. Que acabou se seguir sua trajetória.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Perdi no abismo a estribeira. E me enrosquei nas ervas do caminho.
Eu vi a luz do sol e um sorriso. Não fiz meu melhor poema nem minha maior composição.
Não dediquei nem me entreguei, apenas refleti. E vi o quanto é fundamental viver.
Não vivo de esperanças, mas de sonhos. Sonhos no mundo, nas pessoas, sonhos nos corações.
E mesmo que as sombras me empurrem no abismo, junto com a estribeira da estória - acordo - e o sonho ruim vira sonho bom.
"Há quem diga que todas as noites são de sonhos.
Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isto não tem muita importância.
O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado." William Shakespeare
Eu vi a luz do sol e um sorriso. Não fiz meu melhor poema nem minha maior composição.
Não dediquei nem me entreguei, apenas refleti. E vi o quanto é fundamental viver.
Não vivo de esperanças, mas de sonhos. Sonhos no mundo, nas pessoas, sonhos nos corações.
E mesmo que as sombras me empurrem no abismo, junto com a estribeira da estória - acordo - e o sonho ruim vira sonho bom.
"Há quem diga que todas as noites são de sonhos.
Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isto não tem muita importância.
O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado." William Shakespeare
sábado, 11 de junho de 2011
sexta-feira, 10 de junho de 2011
terça-feira, 7 de junho de 2011
domingo, 5 de junho de 2011
Ensaio sobre o sonho
"Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança." - Pedra Filosofal - António Gedeão
"Mas sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
E o dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
E o mundo é perfeito " - Sonho de uma Flauta - O Teatro Mágico
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança." - Pedra Filosofal - António Gedeão
"Mas sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
E o dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
E o mundo é perfeito " - Sonho de uma Flauta - O Teatro Mágico
E a noite dorme, o céu vem me acordar, enquanto me despeço de teus lábios quentes de imagem e das escadas de fumaça no ar de mentira. Chama a vida que parece real, mas de real nada tem.
Não vale nada o meu diploma, o meu sucesso, minha gramática regular, meus floreios. De nada vale minha cantoria coreografada, meu suor sem lágrimas, meu estudo e minha dor, de nada vale a minha cor e a minha moeda, minha incredulidade e minha vontade de saber, perto do tanto que posso me levar a ser.
sábado, 4 de junho de 2011
Espero o tempo que passa, e não sinto mais os pés sobre a água corrente.
Já nem mais o cheiro, o gosto, nem nada.
O toque é sem prumo, sem pompa, sem razão.
A pele é gasta, como as paredes das ruas maltratadas. Sem oxigênio, sem atmosfera, longe.
Momento eterno das lembranças que não tive, da saudade sem destino e só.
Assim como veio, passa. É um destino transitório essa verdade momentânea da falta do que nunca se teve.
Já nem mais o cheiro, o gosto, nem nada.
O toque é sem prumo, sem pompa, sem razão.
A pele é gasta, como as paredes das ruas maltratadas. Sem oxigênio, sem atmosfera, longe.
Momento eterno das lembranças que não tive, da saudade sem destino e só.
Assim como veio, passa. É um destino transitório essa verdade momentânea da falta do que nunca se teve.
Soneto -
Ponho-me nos teus lúcidos braços ,
Nos teus olhos estranhos me inebrio.
Faz ficar atrás da vida de passos
Do instante tamanho e sombrio.
No presente passado da penúria
Já eras tanto antes de ser eterno
Já eras plácido antes de ser belo
Já não sabia aquilo que se fazia
E no infundado mundo moderno
Se ajustava, desmanchava o elo
Nas águas de amor subia.
Nos teus olhos estranhos me inebrio.
Faz ficar atrás da vida de passos
Do instante tamanho e sombrio.
No presente passado da penúria
Não se possuir o que do teu é necessário.
No intento extremo, fúria,
Um instante de aurora atrasado.No intento extremo, fúria,
Já eras tanto antes de ser eterno
Já eras plácido antes de ser belo
Já não sabia aquilo que se fazia
E no infundado mundo moderno
Se ajustava, desmanchava o elo
Nas águas de amor subia.
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