sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A suprema felicidade










Eu nunca gostei daqueles textinhos tipo auto-ajuda, como aqueles de corrente de e-mail, ou do tipo "sonhe, cante, viva, seja feliz e acima de tudo você mesma". Pra falar a verdade, acho meio bobo e um pouco piegas, quem na vida pode ser assim o tempo todo? Nada contra quem acha isso legal, mas parece um regra, ser feliz sempre, o que na prática, não funciona assim. Tem dias de cansaço e tristeza que nos pegam desprevenidos e aí, não há corrente de e-mail que salve.
Prefiro mais a política do "não se afunde". Acho que a felicidade é linda, é algo incomparável e maravilhoso, não existe nada como ser feliz. Mas é ridículo pensar que nunca vamos sofrer. Faz parte. Na verdade, é a maior parte. Chorar, sofrer em, silêncio ou em escândalos, é bom. Muito saldável, realmente. Inclusive, desconfie de pessoas felizes o tempo todo. Pra mim, elas são robôs alienígenas. Tudo bem, isso não faz sentido algum, mas que seja.
Como diz aquele ditado de mãe, chorar lava a alma. Porém é aí que entra a política do "não se afunde". Não precisamos ser felizes o tempo todo, mas uma vida de melodramas também não é concebível. Se recuperar, se reerguer, é mais saldável ainda. O importante é lutar. Se funcionar ou não, aí já são outros quinhentos. Mas lutar de verdade, com perseverança, com fé, desse modo duvido que alguém não se reerga.

Agora levante a mão quem nunca sentiu essa tristeza que chega e se apodera da gente? Li um texto uma vez da Liliane Prata, uma escritora que eu particularmente gosto, sobre essa tristeza que nos consome de vez em quando. Pelo menos pra mim uma coisa que ajuda a passar a tristeza é cinema. Tristeza gosta de filme e música, ou um bom livro. E Beatles, minha tristeza adora Beatles.

Acho que cada tristeza tem seu gosto, mas não custa tentar, pois quando a minha tristeza gosta de um filme ela fica contente e vai embora. Então, quem fica feliz sou eu.

Vi o título de um desses faz algum tempo, chamado "A suprema felicidade" e resolvi falar da tal então. Tenho a impressão que minha tristeza vai gostar desse, ela é cinéfila, pelo que se parece.

Sem querer dar uma de criadora de corrente de e-mail, que cada um faça o que goste, e que seja feliz também! Todos nós merecemos experimentar o doce sabor da felicidade.

E antes que meu texto se transforme em um piegas de auto-ajuda e eu fale a bendita frase do "cante, dance, pule e sei lá o que mais", deixo a felicidade e a tristeza de cada um em paz, e vou me embora.

We should be fun. It's all right !