sexta-feira, 16 de março de 2012

Apelo do corpo discente

Não conta um poema
Pelas linhas que o sucedem.
Conta pelos traços que ele tem.
Conta a vida curta
Dos amantes,
O beijo,
A página amarelada
Onde hábita o Ode.
Não faças a escanção
Dos versos humanos.
Não toques.
Não estudes.
Não interfira.
Deixa que a quadra
Ou linha (inserido o verso)
Emane de seu modo cansado
E centenário
Cada forma e versão
Não revelada.
Deixe que o tempo se separe do espaço.
E mergulhe-o na escuridão
Da mente que o habíta
Por um instante.
Não profanes
O poema turbulento.
Não afagues o calmo.
Não transforme as
Errôneas ortografias
Em borrões carmim.
Deixa que descanse
A avaliação poética
E não pense na métrica
Pensando achar solução.
Lembre do lápis escorregadio no papel e apenas se entre. Sinta.