sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Estação da Luz .

13/11/2010

Um piano. Uma sonata de autoria própria ou de um compositor nem tão conhecido era tocada, enquanto um sorriso singelo porém real se espalhava pelo rosto do músico de improviso em questão.
Um piano no meio da estação, onde a mais pura felicidade era retratada.
O encontro perfeito do instrumento com o músico. Da mão rústica com as teclas suaves. Do sorriso encantado com a alegria simples.
Nunca pude ser expectadora algum dia antes, do encontro mais sublime da felicidade com o homem.
A plateia desta incrível sensação? Pobres mendigos da rua, bolivianos de passagens e eu.
Uma admiradora simplória daquilo de mais bonito que essa cidade poderia oferecer.
Notas emanadas ao vento, com um que de alegria intensamente nova e realista.
Um homem, uma música e uma harmonia exacerbada profunda.
Lágrimas, choro e o toque da alma. Flutuando como anjos em minha direção, as notas tocadas e soadas iam penetrando profundamente em meu coração.
Como num milésimo de segundos que se perdem, pergunto-me se fico ou não.
Vou, volto e a sonata continua soando nos dedos do admirável homem humilde. Lágrimas intensas rolam e o silêncio inexistente apenas aquieta o espírito que habita em mim.
Um momento, apenas um momento, onde todas as emoções são externadas.
Uma simples felicidade tão desejada por todos, agora estava ali, bem à minha frente. Sentado num banco, tocando simplesmente, errando algumas notas ao acaso, porém sendo o mais feliz dos homens. Sem nome, apenas "o pianista".
Enchendo a estação paulista da Luz, com a sua luz que emana com sua música.
Bela composição camarada.