sexta-feira, 16 de setembro de 2011

É fato, tenho que contrariar minha professora de gramática em certo ponto. Quanto aos substantivos abstratos e concretos, passamos da definição de "abstrato é aquele que você não pode tocar" e " concreto é aquele que você consegue tocar", para "abstrato é aquele que depende do homem para existir" e "concreto é aquele que existe sem depender do homem". Não creio nisso.
Cadeira é substantivo concreto, mas se alguém não conhece o que é cadeira, ou se alguém resolve que a cadeira não é mais cadeira, a peça de madeira tão concreta e sólido, se dissipa no ar. Torna-se tão ou mais abstrata que o amor.
E os sentimentos, tão abstratos e indefiníveis, dependentes do homem para sua existência, podem ser tidos como tão concretos quanto o próprio solo.
Não é apenas uma mera questão de opinião. O fato é que o mundo não é concreto. Nada é tão palpável que não dependa de outros para existir. Cadeira só é real, porque alguém acredita nisso. Ódio as vezes se personifica, e quando não, também só é ódio porque alguém acredita que é.
E se não acreditasse, se ninguém mais dissesse que é, ódio não seria mais ódio, não existiria.
Mas é uma cansativa e complicada tarefa desmebrar as mentes, examinar os espaços e definir que o que é real para um não é para outro, mas que se todos os pensamentos se juntassem num só, para o bem comum, as coisas poderiam ser bem diferentes, igualitárias e sinceramente verdadeiras.
E a gramática, que vá para o espaço!
'' O objeto não é tão interresante em si. É o meio que cria o objeto. É assim que trabalhei a vida toda , diante dos mesmos objetos que me comunicam a força da realidade ao ocuparem minha mente com tudo que eles tinham passado por mim e comigo'' -  Henri Matisse