Ando pensando em me mandar desse planeta. Ouvi falar de um terreno pra vender, numa galáxia próxima daqui. Acho que pode dar certo. Parece que é meio vazio, mas é bom.
Sem gente, sem carro, sem som, sem ar, sem roupa, sem remédio, sem gravidade, sem telefone, e-mail, postal.
Melhor assim. Sobra mais espaço pra minha confusão. Sobra mais espaço pra inexatidão. Sobra mais espaço pro meu espaço.
Sobra mais espaço pra olhar as estrelas e pra perceber que a Terra ficou longe, e nela ficaram todos os meus problemas.
sábado, 30 de julho de 2011
sexta-feira, 29 de julho de 2011
quinta-feira, 28 de julho de 2011
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Filosofando sobre tampinhas
Não sou muito apegada ao passado, mas acho que, inconscientemente, arranjei um modo de me apegar as pequenas lembranças. Coleciono coisas. Papéis de carta, chaveiros, ingressos de cinema, e a mais nova aquisição, tampinhas de garrafa. Recentemente, percebi que coleciono memórias. É engraçado demorar tanto para perceber uma coisa tão óbvia, não? Mais do que ingressos de cinema, papéis de carta e até tampinhas de garrafa, coleciono memórias. Talvez o esquecimento não muito óbvio das datas, dos números exatos, dos compromissos, dos nomes, tenha confundido essa percepção, mas o fato é, que as palavras, as letras, os gestos, os cenários, não se misturam no bolo de massa cerebral com todo o resto. São colecionados como as tampinhas. Separando as raras das ordinárias. Particularmente, acho que meu gosto por memórias tem uma pré-disposição a querer as memórias raras. Não porque são boas (na verdade uma considerável parte não é), mas são diferentes, têm suas particularidades únicas, elas nunca se repetem. Na verdade, penso que todas as memórias são raras, nada acontece da mesma maneira duas vezes. Ou, em suas particularidades, as memórias raras sejam as plenamente felizes. As que fazem sorrisos brotarem na face só de re-imaginar. Ou as de dor tão impossíveis, que não se podem ser esquecidas. Não são tão fáceis de conseguir como parece. São como tampinhas sem rótulo impresso. Quase impossíveis de achar hoje em dia. Mas a grande parte delas, boas ou ruins, não somem, não são simplesmente esquecidas. Elas permanecem perenes, por grandes períodos de tempo, depois, vão se separando aos poucos, ficam só as marcantes. Não que eu não as esqueça, também não faço questão de tampinhas incrivelmente destroçadas, enterradas ou cimentadas. As vezes as muito velhas, enferrujadas ou diferente de algum modo, são agradáveis de ter. De fato, tapinhas são como memórias: intrigantes e estão em todos os lugares. Só precisam ser observadas com um olhar diferente, para que tenham valor.
"Um homem nunca entra no mesmo rio duas vezes" - Heráclito
"Um homem nunca entra no mesmo rio duas vezes" - Heráclito
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Deixe-me cair, deixe-me cair nas nuvens.
Deixe-me ultrapassar o universo até o fim.
Até a ponta de luz que procuro.
Deixe-me acalentada nesta solidão.
Deixe-me estupefaça.
Deixe-me dizer que é só.
Deixe-me mentir no meu âmbito de estrela.
Deixe-me crescer com folhas verdes.
Deixe-me nessa escuridão.
Deixe-me sem peso ou morte.
Deixe-me desejar sorte.
Deixe-me sem rancor
Para que possa esquecer tua existência
Então dela relembrar
Correr atrás de ti
E perceber em minhas calúnias entorpecidas
Que nunca foste embora
E eu, por ventura, nunca te esqueci.
Deixe-me ultrapassar o universo até o fim.
Até a ponta de luz que procuro.
Deixe-me acalentada nesta solidão.
Deixe-me estupefaça.
Deixe-me dizer que é só.
Deixe-me mentir no meu âmbito de estrela.
Deixe-me crescer com folhas verdes.
Deixe-me nessa escuridão.
Deixe-me sem peso ou morte.
Deixe-me desejar sorte.
Deixe-me sem rancor
Para que possa esquecer tua existência
Então dela relembrar
Correr atrás de ti
E perceber em minhas calúnias entorpecidas
Que nunca foste embora
E eu, por ventura, nunca te esqueci.
sábado, 23 de julho de 2011
Esperar a hora certa para o próximo passo? Não sei, não faço a mínima ideia. Parece que nunca sei o que fazer, o que vai acontecer. As vezes, nada parece fazer sentido, num turbilhão de sensações novas.
É tão estranho quanto poderia ser. O que deveria ser tão simples, se torna extremamente complicado, uma missão que exige extrema habilidade com as palavras e os gestos. Nada é tão desprovido de complicações quanto deveria. Nada possui hora certo, tudo é diferente.
É tão estranho quanto poderia ser. O que deveria ser tão simples, se torna extremamente complicado, uma missão que exige extrema habilidade com as palavras e os gestos. Nada é tão desprovido de complicações quanto deveria. Nada possui hora certo, tudo é diferente.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Saudade. Silêncio. Solidão. Três "s" com sentido único juntos. Três fantásticas ilusões momentâneas, combinadas, abrindo um vácuo de semi-paz dentro de mim. Não é um sentimento propriamente dito, na minha visão parcial de mundo. É mais um estado de espírito. Solidão não dói. As vezes incomoda, mas não é tanto de se machucar. Saudade é um aperto no peito tão interminável. Saudade doí. Silêncio, completa tudo. Dá um certo tom de magnitude. Um tom de nobre relevância. Não me importa muito o que pense o mundo, sobre os meus três "s". Eles são reais, não são tristes, nem felizes, só existem. Como eu.
terça-feira, 19 de julho de 2011
Então, fez-se em mil pedaços o meu coração. Rasgando, distorcendo, arrancando as informações velhas e precárias. E o que se considerava um diamante bruto, foi lapidado em fragmentos, quebrado, transformado e novamente pode se ver que era outra coisa. Totalmente diferente do que se pensava. Era um pedaço de céu. Era uma estrela e uma nebulosa. Era uma estrela morrendo, agregando-se novamente ao universo transformador. E porque carregava a beleza da morte, era a mais bela de todas as estrelas. Eram só partículas. Em eterna prontidão para gerar algo novo. De novo e de novo e de novo. Até formar seu próprio universo particular, e enfim, sê-lo.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Quero me perder, para ser achada em outros tempos. Procurando agulhas num palheiro, passando camelos por agulhas, não é assim? Não importa quem seja o descobridor dos mundos mágicos que habitam minha mente, que seja eu mesma, não importa. Não acho que a vida seja curta pra essas coisas, a vida tem o tempo que precisa pra se completar. E ser o que precisa ser. Desde que não seja falso, essa liberdade de ser quando e como, partindo da própria vontade, é tão benéfica quanto o ato de respirar. Não importa o que se perca. Um dia vai ser achado.
Não é tão estranha essa inexatidão de pensamento. Esses sentimentos conhecidos, essa euforia toda, esses olhares, parecem os minutos que faltam para bater o sinal das férias. Essa montanha russa imprevisível cheia de quedas. Essa dor que não cessa, essa bagunça que fica a minha cabeça. Então, é isso que eu não sinto mais. Parece que o tempo passa. E sinceramente, eu não me importo muito que ele passe correndo daqui pra frente.
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Que fim que nada!
Quem diz isso não percebe que o fim nunca vai acontecer. Não pra quem ama de verdade. Sabe, minha infância foi Harry Potter. Foi a ansia pelos livros, a formação de cada personagem, a espera pela carta de admissão em Hogwarts, a vontade de ser Hermione. O crescimento acompanhando cada um deles. O aprendizado, a essência. Não, não vai ser fácil daqui pra frente. Saber que esse é o último filme a ser lançado, do último livro de uma saga tão querida doi. Mas na verdade isso nunca vai acabar.
Eu brincava de não ser mais trouxa e me teletransportava através das paredes do meu quarto para um mundo especial, compartilhado com tantas outras pessoas e eu mal sabia disso.
Não é que eu vá morrer ou qualquer coisa do tipo, mas eles me ajudaram muito a chegar aqui. Quem diz que o fim está próximo, nunca leu de verdade os livros tão queridos então. Porque o fim não está próximo. O fim só existe quando não significou nada verdadeiramente em nós. O fim não está próximo. Pelo menos em mim, ele nunca existiu.
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Espere um instante,
Não fui eu quem começou tudo isso. Não foi assim derrepente que eu acordei, abri os olhos e sabia tudo que sentia, tudo que queria. Não, não foi assim. Quem começou essa bendita brincadeira não fui eu. Mas sabe, eu aceitei as coisas como elas vieram. Não questionei. Não porque sou besta (embora eu seja), mas porque parecia o certo, o mais confortável. Mas existem coisas boas, que dão muita dor de cabeça no dia seguinte.
terça-feira, 12 de julho de 2011
Meu coração sem fronteiras
Encontrou barreiras naquela manhã
E a quaresmeira
Que não era roseira, deu maçã
Não, não era o tempo
Nem obra divina
Era traço de menina, de cunhantã
Não, não era trejeito, nem falsete
Não era peito, era sujeito
muito mais esperto
Que o muito certo
Levara longe
Mas tão perto da razão
O que era direito,
mas não era feito
Com o coração.
Encontrou barreiras naquela manhã
E a quaresmeira
Que não era roseira, deu maçã
Não, não era o tempo
Nem obra divina
Era traço de menina, de cunhantã
Não, não era trejeito, nem falsete
Não era peito, era sujeito
muito mais esperto
Que o muito certo
Levara longe
Mas tão perto da razão
O que era direito,
mas não era feito
Com o coração.
segunda-feira, 11 de julho de 2011
sábado, 9 de julho de 2011
Sabe, eu acho meio escroto quando as pessoas dizem "ele/ela não merece as suas lágrimas". Convenhamos, eu já disso isso vezes demais pra que realmente seja verdade em todos os casos. Além do que, parece vazio demais, frase pronta. Quem é você, pessoa da Terra, pra julgar quem merece ou não as suas lágrimas? Você é só você e nada além disso, ele é ele (ou ela é ela não importa tanto o gênero nessa oração) e ponto. Sendo você, não existe nenhuma maneira de saber o que se passa na cabeça do outro. De verdade, a única coisa que você pode dizer, caso exista algo para ser dito que não seja falso ou desnecessário nessas horas de consolo (as vezes do próprio consolo) é "você não merece chorar". E eu acredito mesmo. Você é especial demais pra derramar lágrimas.
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Apenas resolvi dar algumas considerações sobre minha falta de postagens. Por tanto, aló manauara!
Digo desde já, não há nada mais lindo que o Rio Amazonas das quatro as seis da tarde . O maior rio do mundo e o por-do-sol alaranjado, arroxeado, lilás. Anfíbio, perfeito.
Bem, na verdade, minto. Existe sim. O teatro Amazonas as oito da noite, com seus espetáculos de dança e todo o requinte da época dourada da borracha. Nada tão lindo. Nem tão especial.
Digo desde já, não há nada mais lindo que o Rio Amazonas das quatro as seis da tarde . O maior rio do mundo e o por-do-sol alaranjado, arroxeado, lilás. Anfíbio, perfeito.
Bem, na verdade, minto. Existe sim. O teatro Amazonas as oito da noite, com seus espetáculos de dança e todo o requinte da época dourada da borracha. Nada tão lindo. Nem tão especial.
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