terça-feira, 24 de maio de 2011

As vezes é como se o cosmos inteiro girasse, e eu caísse. Aí vem o tempo e me separa de um todo. Eu vejo tudo porque vejo nada. E a escuridão da luz me cega. Não olho em volta, nada existe. Tudo é matéria dissolvia em partículas a milhares anos luz. Tudo reside num universo paralelo e as letras simplesmente não formam palavras, adormecem na ponta da língua mental e morrem na infinidade dos outros pensamentos. Perdidas no limbo. Perdidas num buraco negro sem fim. Num fractal eterno sem resposta.
Acho que se me mostrasse exatamente como sou, perderia toda graça. Por isso me revelo aos poucos, nessa imensidão de segredos tão mutáveis quanto eternos. Não sei se rio ou se choro, sei que existo e por existir mereço a felicidade. Todos merecem na realidade. Não entendo o conceito do mundo, de amor, de vida, da própria felicidade. Parece tudo tão simples, numa fórmula matemática inalcançável, normalmente ofertada através do dinheiro no bolso, do amor nas aparências, da atitude falsa de não ser.
Espero que as ondas de calma se rebatam no mar confuso e agitado do órgão pulsante, bombeando a fonte vital no corpo, na alma.
Mas que nada acabe, tudo se transforme, na forma mais precisa de energia, sobre as falas simples e anônimas do dia. Sobre as falhas caladas e as descobertas fantásticas.
Estamos num eterno labirinto do Minotauro, somos Narcisos, e mesmo assim, de todo o mal restou a esperança. Última no ser. Obrigada Pandora.