sábado, 30 de abril de 2011

Ardendo



Em chamas. Tudo que via era vermelho. Laranja, fogo.

Queimava por dentro, num passar de segundos empoeirados.
Como no espaço, um infinito sem som. Sem sentidos.
Queimava por fora, derretia-se todo o ser.
Fumaça.
Sem vento, sem oxigênio, sem atmosfera. No Breathe.
Era isso, apenas isso. Instantes passados longos e curtos, distantes e contínuos. Paradas respiratórias por obrigação. Fim? Não tinha fim. Nem começo, ou meio. Era uma coisa só. Apenas chamas, fogo. Just fire again.
Não existia um fragmento sequer. Quanto de nada se pudesse ver.
Nada que se pudesse fazer. Apenas esperar que a chama de carne se resumisse a cinzas. Como os segundos empoeirados no Espaço desconhecido.
Nem bom nem ruim.



Não se via mais nada. Nem som, nem parte, nem começo, nem final. Apenas a escuridão.