sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Tomei um banho.

Deixei que 2010 escoasse com a água junto ao meu corpo. Lavei com sabão as angústias e maus pensamentos, tomando o cuidado de esfregar bem os cantos e guardar as boas lembranças na memória. Enxaguei meus cabelos e percebi, derrepente, que me tornei mais forte.
E como se tivesse vivido uma vida em um só ano esvaziei a mente, deixando o passado para trás. Aguardando prontamente o que o futuro reserva para mim. Sem grandes esperanças, nem planos. Sem esperar realmente algo ou alguém. Somente reservando espaço em minha vida para tudo o que vier de novo. Again.

"The tune will come to you at last
When all are one and one is all, yeah
To be a rock and not to roll
And she's buying a stairway to heaven"
- Led Zeppelin

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Já viajei ao continente Antártico,



participei de expedições marítimas, vivi grandes amores, morri, renasci, conheci terras mágicas e castelos imponentes. Voei em dragões, participei de grandes batalhas, enfrentei monstros e na maioria das vezes sobrevivi. Chorei, lutei, atravessei os seis continentes terrestres.
Tive os melhores amigos do mundo, vivi as mais diversas eras, nas mais diferentes dimensões.
Tudo sem sair de meu sofá.
Páginas escritas em capa dura ou não. Velhos, rasgados, novos em folha. Literatura.
Livros apaixonantes que me proporcionaram experiências incríveis, inacreditáveis.
Grossos volumes literários que me fizeram suspirar.
Cada frase lida, capa página virada é um momento de êxtase. Que se perpetua em minha alma, e morrerá em mim. Cada história recontada em minha mente. E sempre, sempre haverá espaço para uma nova.

No papel ou não.


segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

"Aparecida - O Milagre" - Crítica

Tenho que compartilhar o quão decepcionada estou com o cinema brasileiro atual.
Não sei se é a minha escolha para filmes ruins ou se os filmes estão ruins mesmo.
Dou início então, a minha primeira crítica cinematografica.

Aparecida - O Milagre narra a vida de Marcos, um menino nascido na cidade de Aparecida, envolto numa atmosfera de fé e devoção do pai (Rodrigo Veronese) e da mãe (Bete Mendes).
Após a morte trágica e bastante previsível do pai num acidente na construção da basílica de Nossa Senhora Aparecida, Marcos se revolta contra a Santa por acreditar que a causa da morte de seu pai se deve a ela.
Apelativo e com toques elevados de fanatismo, o filme não provoca comoção alguma, a não ser a indignação alheia.
O menino Marcos cresce com o cliché "35 anos depois.." - que ridiculariza ainda mais um filme sem qualidades artísticas - e se torna um grande empresário frio com problemas com o único filho Lucas (Jonatas Faro) que no passado se envolveu com drogas.
A trama de Tizuka Yamasaki possui diálogos simplórios e atuações pouco esforçadas.
O termo religioso é abordado em toda a narrativa e se intensifica quando Lucas sofre um acidente de moto depois de uma discussão digna de novelas mexicanas com o pai.
Como já era esperado Marcos recusa de imediato o apelo à Nossa Senhora e descobre após um conversa com a mãe a salvação de seu filho na fé à mesma. Numa espécie de transe Marcos pode ver ao vivo e à cores a narração que seu pai lhe fez sobre a história da aparição da primeira imagem de Nossa Senhora, como se estivesse em 1717, fato de que é contado mais de uma vez durante o filme. Isso lhe faz perceber que a santa salvará milagrosamente seu filho que se encontra em coma.
E seguindo os padrões do final feliz, Lucas acorda do coma enquanto uma enfermeira histérica sai gritando do quarto onde ele está "É um milagre" várias e várias vezes desnecessariamente.
Então a família feliz cristã se une novamente: Marcos e Sonia (Leona Cavalli), sua ex-mulher e amiga de infância, voltam a ficar juntos enquanto Beatriz (Maria Fernanda Cândido) secretária de Marcos e apaixonada pelo mesmo, sai alegre de cena como uma intrusa.
O sotaque interiorano é confuso e forçado, o cabelo de Beatriz parece mudar a cada cena e no final das contas a trama não revela fatos mais importantes sobre Aparecida.
Atores de novela, diálogos de novela, fotografía de novela, direção de novela, enfim, é uma novela disfarçada.
Seguindo a linha de filmes sobre religião como Chico Xavier, Nosso Lar e Irmãos de Fé, o filme não surpreende e não explora nenhuma novidade no quesito da fé religiosa.
100 minutos de filme relativamente tedioso, agrada somente o meio cristão. Digo isso sem a intenção de insultar nenhum tipo de fé, mas a linguagem cinematográfica mais profunda, não é abordada de fato.
As imagens da Basílica de Aparecida são o maior e único trunfo do filme.
Porém podemos contar com uma bilheteria razoável se metade do número de fiéis da padroeira estiverem prestigiando Aparecida - O Milagre nos cinemas.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010


Agora falta pouco. Oito dias completos e mais algumas horas.
Espero sinceramente que o próximo ano seja melhor do que esse.
Foi maravilhoso, 2010. Tanta coisa aconteceu e acontece a cada segundo mais. Fascinante como 365 dias podem mudar uma pessoa.
Uma vida inteira pode ser transformada em um ano. E realmente, a minha foi.
Mas apesar de todas as pessoas que conheci, todas as coisas que vivi, todo o sentido que aprendi, desejo mais. Mais sorrisos no próximo ano, menos lágrimas, menos drama, mais poesia, mais beleza, mais felicidade, mais amor, tudo mais,
Falta pouco pra que as 23:59 do dia 31 de dezembro chegue e eu mal posso esperar.
Eu sei que não vai mudar muita coisa, mas só por saber que tudo começa outra vez, já me sinto realizada.

" Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem (se algum houve) as saudades.
E afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía." Luís Vaz de Camões

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010






Engraçado como as infâncias são incríveis.

Sabe o que me lembra a minha?

Led Zeppelin. Era esse o tipo de música que usava para dormir: um som envolvente, tocando meio baixo nas caixas de som ecoando em minha mente infantil.
Como uma perfeita canção de ninar.



is the rock 'n' roll on my blood.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

I am The Cherry Bomb !



"Stone age love and strange sounds too
Come on baby let me get to you
Bad nights cause'n teenage blues
Get down ladies you've got nothing to lose

Hello Daddy, hello Mom
I'm your ch ch ch ch ch cherry bomb
Hello world I'm your wild girl
I'm your ch ch ch ch ch cherry bomb"


- just a little tribute to goddesses of rock

domingo, 12 de dezembro de 2010

Pode parecer piegas,

meio bobo, ou fora de moda.
Mas preciso dizer que amo pessoas que fazem de tudo pra não me decepcionar. Amo pessoas que estão comigo desde quando nasci. Amo pessoas que pretendem estar comigo até o dia de sua morte.
Quem são esses incríveis? Chama-se família.
Algo especial, infinito, chato e torturante. Mas incrível.
Bom, convenhamos que não é exatamente infinito, mas pode ser bem reciclável não?
Posso dizer que este texto e dedicado para um número mais restrito de pessoas.
É realmente sobre família que falo agora, mas mais especificamente sobre duas pessoas.
Agradeço a todos aqueles que fizeram e fazem parte dessa coisa tão complicada de nome família, mas este post é pra esses dois:
Uma mulher chamada Lucimar e um homem chamado Edson.
Não sei como explicar, dividi até hoje alguns dos melhores momentos de toda minha vida com meus tios.
Acho que é isso que os fazem tão especiais.
Não, na verdade é a coisa toda. O fato de não serem pais, mas serem tão especiais quanto.
Serem grandes amigos pra falar a verdade é o que mais importa. Amigos que nunca irão me abandonar, eu tenho certeza, mesmo que eu os abandone um pouco.
Amigos que eu posso contar em todas as ocasiões, boas ou ruins, de verdade, não da forma fria e boba que se diz nos cartões de aniversário, mas da forma pura e simplesmente verdadeira.
Amigos que amo e que me amam sem esperar nada em troca, apenas quem sabe, o sentimento recíproco.
E amigos que me levam ao show do Paul McCartney :D
É tão bom dar um tempo na rotina, um tempo pra se sentir feliz, ou mesmo não.
E sinto, que esse tempo, eu posso conseguir com eles.
Não, não foi perfeito sempre. Nem é perfeito hoje.
Mas pra ser sincero, é bom demais.
Prefiro o imperfeito, assim nunca ficaremos acomodados, ou pelo menos, saberemos que estamos lidando com pessoas normais, iguais a nós.

Humanas.

Somos formados por momentos ruins, é assim que se faz uma história, uma vida, uma revolução.
Mas também é tão reconfortante guardar carinhosamente na memória os bons momentos.
Creio que o sentimento sobre o qual falo agora é recíproco sim. Mas mesmo que não seja, mesmo com as dificuldades que aparecerem no caminho, eu sou muito feliz.

Ao lado de vocês.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Eu penso que esta tudo bem.

Podia realmente sentir tudo bem. Eu nem pensava mais em você de uns tempos pra cá.
E aí, você aparece de novo.
Mais uma vez pra me confundir, aposto .

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010




Eu poderia oferecer à ti meu coração,
mas não será eterno.
Eu poderia ser sua, mas somente até a proxima manhã.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

"You gotta figure yourself out
You got too much on your hands
Now take a rest now you can't handle it all
Gotta give yourself time now
Give yourself time now
Yeah Yeah


Find a way
Figures you out,
Find yourself
Trying again,
Calm yourself
Figures me out
Try again, trying again" - Smoosh

Melancolia










Uma espécie de tédio entristecido, misturado com a pequena pitada de sono desvairado.
Penetra aos ossos, como faz um fogo em combustão perene
Que ainda espera sua verdadeira essência.
Melancolia.
Age, tal qual a chuva rala de inverno,
Onde se olha pela janela envidraçada e não se vê nada
Além do mundo apenas
o nublado celeste.
Faz sentir pequeno, frágil.
Mas sem saber se faz, de modo totalizado, um mundo que cresce ao redor do mundo novo.
Um tanto quando cinza, porém verdadeiro e falso, nele
mesmo.
Capturadas as imagens com tinta e papel do peito que bate,
faz se a vida novamente
linda.

"Escrevia-a com a pena da galhofa e a tinta da melancolia,e não é difícil antever o que poderá sair desse conúmbio. "

Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis

terça-feira, 30 de novembro de 2010

domingo, 28 de novembro de 2010

Nerd ?




Adoro ser irônica. Adoro ser chata as vezes. Adoro ser irritante. Adoro ter uma risada estranha. Adoro ser eu mesma. Porque se eu não adorar, quem é que vai?

totalmente meu, ;)

sábado, 27 de novembro de 2010

Pessoal, o site http://letras.terra.com.br esta fazendo uma promoção pra ganhar um ipod nano.
Precisa criar uma play list com sete músicas.
Eu fiz a minha e é essa aqui.
Pra cada acesso ganho mais um cupom pra participar. Acessem pra me dar um força, vai ?
Por favor ? haha
Obrigada (:

P.S: quero muuito aquela coisa, haha

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Estação da Luz .

13/11/2010

Um piano. Uma sonata de autoria própria ou de um compositor nem tão conhecido era tocada, enquanto um sorriso singelo porém real se espalhava pelo rosto do músico de improviso em questão.
Um piano no meio da estação, onde a mais pura felicidade era retratada.
O encontro perfeito do instrumento com o músico. Da mão rústica com as teclas suaves. Do sorriso encantado com a alegria simples.
Nunca pude ser expectadora algum dia antes, do encontro mais sublime da felicidade com o homem.
A plateia desta incrível sensação? Pobres mendigos da rua, bolivianos de passagens e eu.
Uma admiradora simplória daquilo de mais bonito que essa cidade poderia oferecer.
Notas emanadas ao vento, com um que de alegria intensamente nova e realista.
Um homem, uma música e uma harmonia exacerbada profunda.
Lágrimas, choro e o toque da alma. Flutuando como anjos em minha direção, as notas tocadas e soadas iam penetrando profundamente em meu coração.
Como num milésimo de segundos que se perdem, pergunto-me se fico ou não.
Vou, volto e a sonata continua soando nos dedos do admirável homem humilde. Lágrimas intensas rolam e o silêncio inexistente apenas aquieta o espírito que habita em mim.
Um momento, apenas um momento, onde todas as emoções são externadas.
Uma simples felicidade tão desejada por todos, agora estava ali, bem à minha frente. Sentado num banco, tocando simplesmente, errando algumas notas ao acaso, porém sendo o mais feliz dos homens. Sem nome, apenas "o pianista".
Enchendo a estação paulista da Luz, com a sua luz que emana com sua música.
Bela composição camarada.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

21 de novembro de 2010



Posso dizer com clareza e toda certeza do mundo: a melhor experiência de toda minha vida.

Ver Paul McCartney, um quarto dos Beatles à minha frente, cantando todas as canções mais lindas, apenas os clássicos, se esforçando para falar a língua portuguesa de uma forma inteligível, tão gentil com seu público, foi lindo.

Simplesmente lindo. Espetacular, realmente.

Posso garantir que, apesar de nunca ter ido a um show na verdade, este foi o melhor que eu já vi. Incrivelmente completo. E acho que realmente, ninguém vai superá-lo.

Drive My Car, Let it Be, Yesterday, All My Loving, Blackbird, Hey Jude, Live And Let Die, A Day In The Life, Back in the U.S.S.R, Here Today, entre tantas outras tão especiais quanto essas.

Nunca pensei que pudesse ser tão feliz em toda minha vida. Meu tio disse "Tem horas que nós achamos que estamos no melhor lugar do mundo". Bem, durante três horas nós estivemos. Com toda certeza, estivemos.

Quando as luzes se acenderam e derrepente ele surgiu com sua banda, foi mágico. Acho que demorei umas duas músicas pra cair na real e perceber que não era um show passado na televisão, muito menos um DVD qualquer, era meu Paul, a lenda do rock, ali. E eu, eu estava lá.

Pulando, gritando e cantando com uma camiseta dos Beatles, como se minha vida dependesse daquilo. E acho que no momento, isso foi decisivo para eu estar viva, mais do que nunca.
E mais feliz do que nunca.

sábado, 30 de outubro de 2010

Antes que tudo acabe

Amanhã, dia 31 de outubro de 2010, domingo, as eleições se encerram e percebi que ainda não tinha falado nada sobre esse assunto aqui.
Antes que acabe e o assunto seja outro, vi três vídeos dos estudantes da UnB, Universidade de Brasília) no blog do Luis Nassif, que expressam muito bem minha opnião a respeito.

O pessoal de Brasília garante uma diversão, pelo menos mostra um boa realidade, falando sobre os bons motivos que eles tem pra votar no Serra, haha.

Seguem aqui os vídeos, que mostram o por que eu (não)voto no Serra.

P.S: começem pelo último.



sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A suprema felicidade










Eu nunca gostei daqueles textinhos tipo auto-ajuda, como aqueles de corrente de e-mail, ou do tipo "sonhe, cante, viva, seja feliz e acima de tudo você mesma". Pra falar a verdade, acho meio bobo e um pouco piegas, quem na vida pode ser assim o tempo todo? Nada contra quem acha isso legal, mas parece um regra, ser feliz sempre, o que na prática, não funciona assim. Tem dias de cansaço e tristeza que nos pegam desprevenidos e aí, não há corrente de e-mail que salve.
Prefiro mais a política do "não se afunde". Acho que a felicidade é linda, é algo incomparável e maravilhoso, não existe nada como ser feliz. Mas é ridículo pensar que nunca vamos sofrer. Faz parte. Na verdade, é a maior parte. Chorar, sofrer em, silêncio ou em escândalos, é bom. Muito saldável, realmente. Inclusive, desconfie de pessoas felizes o tempo todo. Pra mim, elas são robôs alienígenas. Tudo bem, isso não faz sentido algum, mas que seja.
Como diz aquele ditado de mãe, chorar lava a alma. Porém é aí que entra a política do "não se afunde". Não precisamos ser felizes o tempo todo, mas uma vida de melodramas também não é concebível. Se recuperar, se reerguer, é mais saldável ainda. O importante é lutar. Se funcionar ou não, aí já são outros quinhentos. Mas lutar de verdade, com perseverança, com fé, desse modo duvido que alguém não se reerga.

Agora levante a mão quem nunca sentiu essa tristeza que chega e se apodera da gente? Li um texto uma vez da Liliane Prata, uma escritora que eu particularmente gosto, sobre essa tristeza que nos consome de vez em quando. Pelo menos pra mim uma coisa que ajuda a passar a tristeza é cinema. Tristeza gosta de filme e música, ou um bom livro. E Beatles, minha tristeza adora Beatles.

Acho que cada tristeza tem seu gosto, mas não custa tentar, pois quando a minha tristeza gosta de um filme ela fica contente e vai embora. Então, quem fica feliz sou eu.

Vi o título de um desses faz algum tempo, chamado "A suprema felicidade" e resolvi falar da tal então. Tenho a impressão que minha tristeza vai gostar desse, ela é cinéfila, pelo que se parece.

Sem querer dar uma de criadora de corrente de e-mail, que cada um faça o que goste, e que seja feliz também! Todos nós merecemos experimentar o doce sabor da felicidade.

E antes que meu texto se transforme em um piegas de auto-ajuda e eu fale a bendita frase do "cante, dance, pule e sei lá o que mais", deixo a felicidade e a tristeza de cada um em paz, e vou me embora.

We should be fun. It's all right !













quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Pequeno conto












Eram três da manhã. O vento frio soprava na janela, mas esse não era o fator determinante para ela.
Toda a confusão de pensamentos tão intensa, a atordoava, permeando por entre os poros de sua alma.
Era tão incerto o tempo exato. Porém nada o que houvesse mudaria suas decisões. Não agora.
Atendia pelo nome de Luiza, contava dezesseis anos. Mais madura do que deveria ser, entretanto, compreendia as coisas mais sublimes da vida.
Era moça de família simples de classe média, ela sabia disso. Porém tal Luiza lutava pelos ideais tão seus. Era sonhadora, ela também sabia disso, mas acreditava que eram possíveis, os sonhos que tinha.
Se encontrava incompreendida e no louvor de sua mocidade era ainda chamada de tola.
"Tu não sabes nada Luiza, não sabe das coisas da vida, tu é menina" disse-lhe a mãe, quando uma vez ocorreu de contar-lhe suas ideias tão bonitas.
Mas era sozinha, assim se sentia no mundo.
Tão só como sempre fora.
Mas se engava a mãe, quanto a suposta "menina". Era muito mais mulher, que a mulher que lhe havia concedido a vida. Era moça sim, mas só de corpo. A alma ainda sofria das angústias da juventude, mas era ponderada. Era forte, mas não o bastante. Toda vez que tentava mostrar ser melhor, era abafada, tampada, comprimida.
Era filha de Atenas, uma guerreira. Mas era suprimida pelos outros e por si mesma.
Não era bonita, mas também não era feia. Era charmosa no todo, muito charmosa.
Era isso que chamava atenção nela, com sua postura de guerreira. Encantamento total.
Mas como alma velha, estava cansada dos suplícios, das angústias, dos amores, da incompreensão.
Era faminta por mudança, e pelo saber. Isso era muito.
A ideia do novo a inebriava, era o sonho buscado eternamente, sem fim.
Fantasiava no seu próprio mundo, o novo, eternamente.
Queria fugir, ir para qualquer outro lugar. Onde fosse entendida e aceita, e acima de tudo, não fosse criança.
Seria infinito o desejo, se ela não metesse na cabeça realizá-lo.
E foi naquela madrugada fatídica, onde a janela do quarto estava aberta, e deixava o ar frio da noite entrar e gelar suas faces.
Sentia pena de deixar para trás tudo aquilo, amava tanto aqueles que a reduziam a nada. Viu que ia sentir falta das conversas acompanhadas de café, às onze da noite com a mãe, e do cheiro característico da bebida.
Do abraço caloroso do pai, que a acalmava quando criança, e mesmo depois.
Era feliz.
Mas ia embora. Estava decidido.
Não aguentava mais esperar. Precisava daquilo e precisava agora! Admitia que fugia, mas para ser outra de novo e de novo, quantas vezes fosse preciso. Até se encontrar. Ai pararia. E envelheceria.
Até morrer.
Ou morreria até envelhecer. Aos poucos, calmamente, até que fosse suprimida novamente, mas dessa vez, ao pó. Lembrou que tinha horror de pensar em morrer sozinha. E onde estava ela não seria sozinha nunca.
Mas ia embora, ela precisava disso. Já estava feito.
Era só a janela que a impedia. A escada encostada no batente, era só descer.
Deixou tudo como estava. Levaria pouca coisa. O caderno de anotações, um casaco de frio, e algumas notas para a passagem de trem e para comida. Não queria fotos mas levou uma, que preferiu não mostrar nunca a ninguém, por tanto, não é da minha parte dizer o assunto do retrato.
Ia ser a mulher que sempre mostrou ser.
Iria juntar um dinheiro e comprar uma casa. Ou ir viajando pelo mundo até dizer chega.
Mas já estava amanhecendo, tinha que ser depressa.
Precisava ir. Logo alguém acordaria. Ela precisava ir embora, ela queria tanto fugir.
Luiza era jovem, tinha a vida pela frente, não podia ser presa assim.
Ela tinha que ir embora!


Então surgiu o primeiro raio de luz. E ela viu.
O maldito sol nascia mais uma vez.
O pai acordava enquanto a mãe dormia ainda mais um pouco. Era vivo o monótono domingo.
E a angústia de outrora dava lugar ao desgosto e o contentamento. E a mágoa por não ter pulado naquele instante.
Não fora.
Decidiu ficar. E viver uma vida conformada.
E sonhar de novo, com um futuro que nunca iria ser seu, o qual começava quando ela pulava a janela.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Caros amigos,





Andei pensando esses dias, amizade é o sentimento mais bonito do mundo.
É um amor tão grande, mas sem cobrança, sem esperança de ser recíproco. Apenas existe e espera um ombro para chorar quando se faz necessário.
E existem tantos tipos de amigo. Aquele pra rir, aquele que nos faz rir, o que nos faz chorar, o que sempre nos diz a verdade, o que nos critica, aquele pra ouvir, aquele pra falar, aquele que nos entende, aquele que é o melhor.
Existem tantos tipos diferentes, que cada um é um dos melhores.
E são os melhores, por que são os que nós escolhemos.
Família já vem pronta. Sobre o os amores não temos controle. Agora os amigos, são únicos sobre a qual a escolha cabe totalmente a nós. E a eles, claro.
Mas principalmente a nós. Somos nós que pensamos ao entrar uma primeira vez numa sala qualquer de escola :"Gostei daquele esquisito ali" e pronto! Fez se a luz.
É iniciado o processo da bendita amizade.
Ou se por ventura o tal esquisito que parece com você pensa a mesma coisa, a amizade nasce do mesmo jeito, e melhor ainda.
Cada um deles vai ser importante alguma vez, cada um deles vai marcar nossa vida de uma maneira inesquecível.
Pra mim, muitos dos que encontro irão passar como o vento por minha vida.
Porém alguns serão aqueles cuja amizade vai durar para o resto dela.
Pelos momentos que me fizeram pensar "Valeu a pena.." eu dedico a todos aqueles que passaram, passam ou passarão em minha vida de inutilidades, esta sentimental homenagem
Para cada momento que ouviram minha voz e me mostraram seus segredos, que guardaram a sete chaves os meus e que compartilharam os dos outros também.
Mas mais ainda, pelos olhares tristes, pelas pontadas de mágoa, e logo em seguida as de alegria e perdão, que me fizeram ainda mais, refletir sobre o quando cada um deles é importante para mim.
Pelas inúteis risadas alvoroçadas que preencheram as tardes, as manhãs e as noites, e mais ainda minha alma.
Por mostrar suas ideias, suas bandas esquisitas, suas musicas favoritas, seus gestos infames.
Por estudar matérias difíceis em tardes frias, enquanto se poderia estar dormindo.
Pelas vergonhas que nós fizeram passar, e também pelas que passaram conosco.
Exatamente, por que todos valeram a pena.

Eu amo vocês

"Oh, I'll get by with a little help from my friends
Oh, I'll get high with a little help from my friends
Oh, I'll get by with a little help from my friends, my friends"

sábado, 25 de setembro de 2010



"A eterna desventura de não ser
O eterno querer sem ter
E é levando assim que num instante o coração se rompe.
Os pulsos param. O sangue já não corre.
Pois já é tarde quando a lágrima partida escoa sobre as faces.
Num devaneio, a imagem do ser buscado,
Num derradeiro instante, no qual se percebe tudo o que já não se pode ter.
Mentiras a si mesmo e o desejo
De espirar a noite em si.
A busca incessante do coração conjunto, é apenas a maior.
E quanto todas as vontades são suprimidas a uma única, então assim é que será.
O permanecer para sempre na penumbra.
Os sentimentos não revelados, os segredos alterados,
De modo à então, sobreviver. E só assim, permanecer com o santuário de nome corpo,
Porém sem o que o ocupe: alma.
Vazios se tornam, aqueles que não experimentaram o sabor de mel doce que corresponde ao amor.
Porém são esses que nunca experimentarão o amargo fel da decepção."


Isabel Beitler

sábado, 18 de setembro de 2010

"O mundo pertence a nós!"
"Eu nem sei porque me sinto assim, vem de repente um anjo triste perto de mim...
E essa febre que não passa, e meu sorriso sem graça, não me dê atenção, mas obrigado
Por pensar em mim..."

Legião Urbana - A Via Lactea

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sonhos, pra que te quero ?


"What your dream?"
Quando me fizeram esta pergunta, a resposta eu não sabia?
Qual é o meu sonho? Quais são os meus sonhos? Sinceramente hoje, não sei ao certo.
Um mundo mais justo, um mundo melhor quem sabe? Mas sonhos pra mim, exclusivamente meus? Não sei.
Já quis ser super-heróina, cientista, espiã, princesa, não quis ser astronauta, mas ainda quero ir à Lua.
Atualmente penso em tantas coisas, das quais nem sei listar ao certo. A dúvida ainda permeia em mim.
Porém voltemos aos sonhos.
Creio que hoje, meu maior sonho platônico e impossível, é poder voltar no tempo, a alguns anos a trás e ter passado no dia 30 de janeiro de 1969, uma tarde fria do inverno londrino, pelo edifício da Apple Records durante os 40 minutos do último show dos Beatles, antes da polícia aparecer. Não sei como uma paixão tão intensa possa ocorrer por algo que eu nem pude ao menos conhecer. Em 69 eu não era nem a imaginação de um feto.. mas mesmo assim, um vício arrebatador me torna uma beatlemaniaca, desde sempre, desde um bom tempo, desde algum tempo, este é o fato.
E mesmo sem a possibilidade que o tempo me dá de conhecer e viver uma grande época, ainda assim alguma coisa sem explicação concreta acontece no mais intimo de minha alma, algo que me prende e me fascina. Um sonho distante, sem possibilidades de concretização, mas ainda um sonho.


PS: Isabel Beitler ainda quer ser super-heróina
PPS: A boca do Paul é a melhor, haha

segunda-feira, 23 de agosto de 2010



Destruir as paredes, burlar as regras, cruzar as fronteiras, derrubar o poder. Viver conforme a música é dada. Ser livre de todas as maneiras, é a vontade mais sublime do ser. É a minha maior vontade. Se desprender do cotidiano, sentir a rebeldia no correr do sangue. A LIBERDADE e força de expressão. Deixar a minha marca no mundo, para construir um mundo, onde será possível viver. Sem regras, sem fronteiras. Limites territoriais, ou mesmo as fronteiras entre cada um e todos.
Ser isso, a mais pura e real liberdade. A de si para si mesmo.
Apenas isso, e então serei feliz.

" .. You may say I'm dreamer, but I'm not the only one
I hope same day you'll join us
and the word will be as one .."

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

As estrelas dos teus olhos

*Poema feito após a volta da Bienal do Livro.
Inspiração? Quem sabe o vício literário.



Deveras tenho o dever de amar sob o sol.
No qual, se me falta a alma, não me faltam as verdades humanas.
Serena e plácida, solúvel na água salgada de seus olhos.
Sereias de encantos teus, que me envolvem de todo o ser.
Apenas tenho, as destrezas das palavras humanas, e nelas expresso meus mais profundos sentimentos de êxtase ao teu lado.
Pois é ao lado teu, que me realizo, e onde sinto que minhas esperanças se esvaiam.
A ternura e o desejo juntos, caminhando lado a lado.
Nos ternos e gentis olhares teus, percebo já não o mundo em si, porém toda a alma do mesmo, onde repousa a beleza humana.
Pois se em teus olhos e tuas faces me perco, das mesmas tento fugir a todos os momentos.
Nos quais, não mais a dor, nem a tristeza, somente a vontade de sobreviver é quem me guia.
Pois ao lado teu, que já não existe ao lado meu, aos poucos os sonhos se desfalecem, feito nuvens ao céu, onde no fundo repousam as estrelas brilhantes dos seus olhos.


Isabel Beitler

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Meu coração



A expressão dos sentimentos de outrora, na música em perfeita harmonia.
Como em versos despertados em meu peito
Brotam a paixão e a música
Divinos num todo, dos sentimentos mais inóspitos.
Em terceiros cânticos, honestos em sua maioria
Pequenas frases que significam tudo.
Apenas gestos, que embebidos nos devaneios cardiológicos
Despertam na alma de quem se vê
A perfeita ilusão.

Isabel Beitler

"Meu coração, não sei porque, bate feliz quando te vê"

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Problemas da estação




Não sei se é todo o frio e a neblina que envolve o céu antes azul, ou se é meu próprio estado de espírito, mas de fato os dias são mais longos e tristes no cortante frio no inverno. A estação mais sonolenta e preguiçosa do ano. Sim, o fim do descanso escolar e o retorno à rotina monótona do saber. Novas velhas situações se põem presente na realidade da pouca experiência que temos, se repetindo ou se modificando, conforme o tempo. Ainda assim, a monotonia é às vezes gratificante, e a recompensa final e um brilhante futuro. Ou não. Porém isto já não é o mais importante. Pois o simples fato de participar disso tudo me alegra um pouco mais. Pois não é a apenas uma monótona rotina do saber. Isso tudo possui bons momentos. Momentos que recompensam mais do que um brilhante futuro. Mais do que um futuro inesperado. Por que nada dura para sempre. Cada dia é um dia, cada minuto é um minuto. E cada parte, é mais uma de um todo. Logo, cada parte da monótona rotina de viver, é apenas mais uma parte. E o inverno é só mais uma estação do ano.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Dear Moon

Das tantas formas da Lua, já ouvi falar que quem vê a forma de um coelho na mesma é um apaixonado. Nunca o consegui ver. Ou talvez não tenha prestado bastante atenção. Ou mesmo não tenha me esforçado o suficiente para enxergá-lo. O fato presente e que mesmo sendo eu, incapaz de enxergar o bendito coelho, a bela Lua se faz presente o tempo todo. E enquanto o véu negro da noite cai sobre a Terra, enxergo as pretensões luminosas que vejo na face lunar. Em todos os quartos, crescente, cheia, minguante, nova, presente ela está, compadecendo-se dos pobres e tolos mortais terrenos, presenteando-os com seus lindos raios. Os mais credores, afirmam que este astro celeste contem poderes mágicos. Quem irá saber? Porém o fato é que o satélite natural terrestre, denominado apenas por LUA, consegue se mostrar deliberadamente numa face completa da Terra durante um conjunto de horas. A mesma Lua. Banhando diversas línguas, diversas culturas, diferentes pessoas. Unindo numa mesma noite, amigos e inimigos, amantes, magoas e pretensões, diferentes sentimentos banhados pelo mesmo astro celeste. É reconfortante, saber que todas as noites ela estará lá. Disposta a nosso favor, inalterada, independente da nossa vontade. Pois não é a Lua que diminui seu tamanho, e sim a Terra girando, combinada com o sol, que possibilita a ilusão aos humanos deste movimento lunar. Mesmo com nossas angustias ou alegrias, alheia a nossa vontade, ela permanece grandiosa e bela. E cada vez ao olhar para ela, tenho a certeza de que tudo ficará bem, que tudo, assim como ela irá mudar, até sumir, e recomeçar de novo.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Plano Piloto




"Era só um rabisco no ermo que atordoa os poetas
Um sopro ponteando o nada
ao mais concreto do lugar nenhum.
Um verso solto que de tão plano,
devia só ter a altura de um horizonte embaçado.
Desses que só os olhos desertos de utopia
são capazes de umedecer."

- Marcus Vinícius Carvalho Garcia




Como já dizia o poeta Drummond “Era um rabisco e pulsava". A bela definição para a cidade central. Brasil, plenos os três poderes, a definição de uma nação encontra se aqui. Brasília. Depois de precisamente uma hora e quarenta e três minutos na grande aeronave, Brasília. Mais do que um ponto turístico, mais do que a capital da pátria. Uma utopia real. Um sonho planejado em detalhes, a obra do mestre realizada. Em meio ao céu belo, entre as belas arquiteturas, nas quadras e praças. Terra de tempo bom. É vista a clara diferença entre ouvir sobre e ver. Em qualquer lugar na terna infância brasileira , nos é ensinado sobre a capital, os nomes de seus parlamentos onde é definido boa parte de nossos destinos.
OUVIR sobre Brasília, ver apenas as fotografias vazias e de repente, VER Brasília, sentir a cidade em si mesmo, respirar o ar ameno. O coração pulsa mais fortemente, rumo ao infinito da noite na capital brasileira. A utopia ofertada aos olhos do poeta, aos olhos de quem aqui pisa. Aos olhos da grande cidade, em formato da perfeita aeronave que pousa nos corações dos homens e oferece seu intenso brilho febril. É um desenho vivo, era um rabisco e pulsava.

domingo, 18 de julho de 2010

Mais uma razão





As pernas tremem, desabando em abismo. As mãos se gelam, desfiguradas pela tensão. O coração retumba no peito amante. O músculo pulsante envia o sangue necessário, para o ser que insiste em não respirar. Então, é como se tudo girasse em câmera lenta. Apenas o som, da voz do amado é o suficiente para inebriar de completo, mesmo o não correspondido. Sonhos desperdiçados na trajetória, juras nunca ditas, promessas nunca feitas. Amores que morrem no próprio peito de seus donos. Por que nada poderia ser tão simples, e seguiríamos apenas sem sofrer? Por que insistir em amar o impossível? Porque simplesmente não nos é dado o controle de tudo, apenas por que o músculo pulsante, não é apenas um músculo, é a porta para um mundo de destrezas imensuraveis, ao mesmo tempo, de escolhas que não cabem a razão.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

The real life

Talvez a única certeza que temos é a morte. Nada sobre sua hora ou data. Apenas temos a certeza de que em um determinado momento o inevitável acontecerá. Na velhice, na plenitude ou mesmo antes do início da vida fora de um útero. Diante deste fato, se olharmos nossas verdades obscuras, nossas mentiras hediondas, nossos segredos comprometedores, ou mesmo nossos pequenos e grandes dramas, poderemos ver a complexa verdade de que tudo, tudo isso é pequeno, comparado a nosso destino final. A carne, os ossos, o sangue, toda a matéria se deteriorará, até o momento em que se transforme em microscópicas partículas formadoras de outras matérias, para se tornar parte do vento, ou mesmo da terra. Porém a consciência, a forma onde habitam nossas memórias, sentimentos, emoções vividas ao longo do tempo, a consciência, formadora do caráter pessoal e mesmo das opiniões, onde nossa história se encontra registrada, o que acontece a consciência? Segundo muitas religiões o chamado "espírito" após a morte material, continua. Se encaminha para o paraíso, céu, inferno, plano superior, umbral, etc, etc, etc, ou mesmo continua habitando a Terra, existem vários nomes para o destino final. Livre escolha. Portanto a consciência continua, de acordo com suas ações enquanto vivo. Porém a ciência dos homens, nada tem a declarar sobre a consciência, ela simplesmente deve acabar como começou, as lembranças, as emoções, os sentimentos, todos padecem junto com o corpo o qual habitam. Porém, a verdade sobre o que acontece após a deterioração da matéria formada por carne, ossos, sangue, etc, apenas aa consciências que padecem podem entender. Verdade essa que nunca poderá ser compartilhada. Verdade que como todas as outras verdades existentes, e fato. Porém a única verdade absoluta e incontestável é a certeza do termino. Certeza que pode nos fazer ver a beleza onde não víamos, a futilidade das rotinas, a compreensão sobre os outros. As vezes muito tarde para remediar. Para a maioria das pessoas o momento que antecede a morte é um momento de reflexão e tristeza, despedida, e realização de todos os desejos possíveis, que não foram concretizados. Pessoalmente, encaro a morte de uma forma diferente. Assim como a morte é celebrada para algumas culturas como a nipônica, pois o espírito, alma consciência, ou seja lá o que for que nos faz ser mais do que um bolo de massa muscular, ossos e toda aquela coisa que já falei anteriormente, nos permitindo ser um ser pensante, carregado de possíveis acontecimentos e oportunidades, essa consciência se encaminha para um descanso do qual ninguém pode saber exatamente o que é. Pessoalmente acredito que a morte, seja em qual momento for é necessária. Não é um momento feliz, porém é necessária. Quando os sinais vitais do corpo já não existem, creio que o que o que nos resta é arcar com as conseqüências de nossos atos enquanto vivos, pois o que vale querer "aproveitar o tempo que resta" enquanto em todo o tempo que nos foi fornecido enquanto podíamos respirar, nós passamos em cima de nossos desejos, massacramos nossos sonhos, nos privamos das palavras que nos eram necessárias e resolvemos adiar, esquecer, deixar pra depois, coisas que precisariam ser resolvidas anteriormente. Viver sem medo de se frustrar ou se machucar, viver sem se privar de ser feliz também. Isto, e apenas isto, é real. As paranóias, todas as verdades falsas, tudo que estava errado, precisa ser concertado. Adiar, não é o melhor remédio. Precaver nem sempre é a melhor saída.

Pois remediar é uma parte do processo, mesmo muitas vezes acontecendo tarde. E o bom senso, é a outra.