quinta-feira, 8 de março de 2012

Aquela fotografia na parede. Me incomodava profundamente. Aquele borrão disforme, aquele sorriso onde deveria estar uma carranca, nada disso faz sentido em branco e preto.
Não havia pureza, não havia paixão, tinha beleza. Luz e sombra, borda irregular, tinha tudo. Mas havia muito coração, muita troca de pronomes pessoais. Muito amor pra acabar. E amor que se esquece é triste.
Aquilo me incomodava profundamente.
Não devia ser enfeite de janela preso com imã de geladeira. Devia ser só memória. Ou, no mínimo, o marca páginas de uma edição vagabunda da Antologia Poética de Um Poeta Qualquer. 

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