sábado, 10 de setembro de 2011

Não são mais algemas que nos prendem, ou a censura que nos impede de falar.
São novos grilhões, mentais, provenientes dos anos que se passaram sem dor, instituindo um pensamento previamente moldado, cuidadosamente pensado para fazer com que o "pensar" seja um verbo malquisto pelos próprios seres pensantes. São poços intermináveis de futilidade, expostos para quem quiser ver. Estão nas ruas, estão nas mesas, nas igrejas, nos bares e no senado. É tristeza, quase ardor de ira, pela luta de tantos em prol da libertação física e moral, que em vão acudiu as massas, mortas pela prisão mental.
Estão escancarados os erros cruéis, e a indignação verdadeira parece nula. E bem certo, não são as atrocidades no exercício do poder que provocam a ira ensandecida no peito da pós revolução, mas a natureza morta do povo, que por motivos ainda desconhecidos, se deixa ludibriar, se deixa ser domada e desacreditada, e se levar por caminhos que não condizem com o ideal maior: liberdade.
Não com isso quero atribuir culpa a uma única fonte, sobre um evento que foi criado por uma espécie inteira. Não cabe julgar o ocorrido, mas cabe sim, lutar pelas vias contrárias e instituir novos eventos, independente de quais sejam, que possam reinstaurar a liberdade nas almas humanas. Esta, que se foi calada por tempo suficiente para esquecer como gritar seu nome, ainda assim, não foi extinta nunca.

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