quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Adrenalina

Parece que sinto correr algo novo pelo corpo. Sedento, tremendo, surtando. Uma voz de choro me ecoa no peito dolorido e não sinto pés onde se chama chão.

Os pés estão na cabeça.

Há uma bagunça interna tremenda, e não se sabe o verdadeiro sentido das palavras pronunciadas. As almas realizam voos razantes pela dimensão do desconhecido, e se encontram, sem querer, nas estrelas.

E as sensações tão imprevisíveis, as respostas não esperadas, as perguntas mal elaboradas, os sussurros ditos em pensamento ou por meio dos vocábulos interpolados.
Falta o ar. Falta tudo, mas tudo se completa, tudo se preenche. Porque se tem um ao outro e o medo, parece uma sensação velha, deixada junto da vida que se levava antes de hoje, antes de agora, antes da tomada de sentidos abstratos e complexos. Tão complexos como a própria simplicidade.

Tão complexos como a própria vida e os próprios seres. Que se compartilham, e que ainda mal conhecem, aquilo que podem sentir.

domingo, 23 de outubro de 2011

Vazio. Domingo de sol. Cinza. Enluarado.

Domingo.

Sem sombra de dúvida, é o tédio que te carrega.
Colocando as roupas no varal para secar, pensando na segunda-feira.
No trabalho, na obrigação. Na monotonia.
No domingo que vem.
Desespero calado.

Domingo.

Fim do fim de semana. Sem correio. Começo do calendário.
Fim da minha paciência, fim do preenchimento vago que me atormenta.

Dormindo, ah.. domingo.

sábado, 22 de outubro de 2011

É algo tão intimista essa relação de felicidade, mas é impossível que aconteça a um ser só.
Só sinto ecoando ainda, em algum lugar da alma, essa liberdade, essa revolução que a noite traz. E tão lindo fazer algo além do ordinário, da monótona comodidade. É tão lindo ultrapassar as barreiras do possível. É lindo viver aquilo que se tem vontade, nessecidade, aquilo que lhe grita de dentro, do fundo do peito, de onde menos se espera.  Não se contentar e arriscar a perder e a ganhar, algo que nunca se soube que existia. E deixar, a perder de vista, o medo. Mergulhar em águas desconhecidas, se embrenhar nos meios obscuros e emergir de tudo, mais vivo, mais humano. Como aquilo que se aprecia. Pois apreciamos humanos mais humanos.
"Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor e engolir a labuta?
Mesmo calada a boca resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta" -
Chico Buarque de Hollanda

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Eu quero amor. Quero amor como nunca quis antes. Quero senti-lo correndo, quero vê-lo, tocá-lo, vivê-lo.
Quero amar o amor, e por ele amada ser. É estranha a necessidade profunda e extrema de algo desconhecido. Não digo completamente, mas grande parte, ainda não desbravada é o que me incita a encontrá-lo, a obtê-lo. Quero ter a felicidade que emana dos corações enlaçados. Quero esse amor tão puro. Quero.