
Um piano no meio da estação, onde a mais pura felicidade era retratada.
O encontro perfeito do instrumento com o músico. Da mão rústica com as teclas suaves. Do sorriso encantado com a alegria simples.
Nunca pude ser expectadora algum dia antes, do encontro mais sublime da felicidade com o homem.
A plateia desta incrível sensação? Pobres mendigos da rua, bolivianos de passagens e eu.
Uma admiradora simplória daquilo de mais bonito que essa cidade poderia oferecer.
Notas emanadas ao vento, com um que de alegria intensamente nova e realista.
Um homem, uma música e uma harmonia exacerbada profunda.
Lágrimas, choro e o toque da alma. Flutuando como anjos em minha direção, as notas tocadas e soadas iam penetrando profundamente em meu coração.
Como num milésimo de segundos que se perdem, pergunto-me se fico ou não.
Vou, volto e a sonata continua soando nos dedos do admirável homem humilde. Lágrimas intensas rolam e o silêncio inexistente apenas aquieta o espírito que habita em mim.
Um momento, apenas um momento, onde todas as emoções são externadas.
Uma simples felicidade tão desejada por todos, agora estava ali, bem à minha frente. Sentado num banco, tocando simplesmente, errando algumas notas ao acaso, porém sendo o mais feliz dos homens. Sem nome, apenas "o pianista".
Enchendo a estação paulista da Luz, com a sua luz que emana com sua música.
Bela composição camarada.