sábado, 6 de agosto de 2011

Espelho Mágico

DO ESTILO
Fere de leve a frase... E esquece... Nada
    Convém que se repita...
Só em linguagem amorosa agrada
A mesmo coisa cem mil vezes dita.

DAS CORCUNDAS
Se as costas de Polichinelo arrasas
Só porque fogem das comuns medidas?
Olha! Quem sabe não serão as asas
De um Anjo, sob as vestes escondidas...

DAS UTOPIAS
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!

DAS ILUSÕES
Meu saco de ilusões, bem cheio tive-o.
Com ele ia subindo a ladeira da vida.
E, no entretanto, após cada ilusão perdida...
Que extraordinária sensação de alívio!

DA FELICIDADE
Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura,
      Tendo-os na ponta do nariz!

                                                                                    Mário Quintana

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O que me diz desses sorrisos falsos, parecem verdadeiros? Pois é, a gente se engana não?

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Acho, muito propriamente, que se soubesse, quem sou, pra onde vou e porque essa tristezinha miuda não sai do meu peito de fato, no mímnimo não seria humana, e, no máximo, não estaria viva. 
“Daí penso coisas bobas quando, sentado na janela do ônibus, encosto a cabeça na vidraça, deixo a paisagem correr, e penso demais em você.”
Caio Fernando Abreu.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

"Sociability is hard enough for me" - Coffee and TV (Blur)
"[...]os homens em geral julgam mais pelos olhos do que pelas mãos, porque a todos cabe ver, mas poucos são os capazes de sentir" - Nicolau Maquiavel

A MISSA DOS INOCENTES

A Missa Dos Inocentes

          Mário Quintana

Se não fora abusar da paciência divina
Eu mandaria rezar missa pelos meus poemas que não conseguiram ir além da terceira ou quarta linha,
Vítimas dessa mortalidade infantil que, por ignorância dos pais,
Dizima as mais inocentes criaturinhas, as pobres...
Que tinham tanto azul nos olhos,
Tanto que dar ao mundo!
Eu mandaria rezar o réquiem mais profundo
Não só pelos meus
Mas por todos os poemas inválidos que se arrastam pelo mundo
E cuja comovedora beleza ultrapassa a dos outros
Porque está, antes e depois de tudo,
No seu inatingível anseio de beleza!