sexta-feira, 13 de maio de 2011

"We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl,
Year after year,
Running over the same old ground.
What have we found?" - Pink Floyd

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Talvez eu finja estar feliz quando não estou. Talvez eu diga que está tudo bem quando na verdade, não está nada bem. Só porque talvez seja mais fácil assim.
É muito mais bonito ser feliz do que estar triste. E se alguém me perguntar "Está tudo bem?" Ainda vou responder um ilegítimo "Tudo ótimo". E o porquê, é uma droga.
E só que um sorriso singelo é muito mais aceitável, muito mais fácil de lidar do que lágrimas manchadas de rímel. E eu não quero lidar com elas. Não agora.
Das mentiras, a maior delas é a minha para mim mesma, aquela pra justificar as coisas. Mas as vezes as coisas, simplesmente não podem ser justificadas. As vezes não está tudo bem e é só isso.

sábado, 30 de abril de 2011

Ardendo



Em chamas. Tudo que via era vermelho. Laranja, fogo.

Queimava por dentro, num passar de segundos empoeirados.
Como no espaço, um infinito sem som. Sem sentidos.
Queimava por fora, derretia-se todo o ser.
Fumaça.
Sem vento, sem oxigênio, sem atmosfera. No Breathe.
Era isso, apenas isso. Instantes passados longos e curtos, distantes e contínuos. Paradas respiratórias por obrigação. Fim? Não tinha fim. Nem começo, ou meio. Era uma coisa só. Apenas chamas, fogo. Just fire again.
Não existia um fragmento sequer. Quanto de nada se pudesse ver.
Nada que se pudesse fazer. Apenas esperar que a chama de carne se resumisse a cinzas. Como os segundos empoeirados no Espaço desconhecido.
Nem bom nem ruim.



Não se via mais nada. Nem som, nem parte, nem começo, nem final. Apenas a escuridão.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Cavaleiro Errante

Cavaleiro errante, por entre as ideias permeando

Vai passando, desfazendo, agrupando.

Cavaleiro sem cavalo ou cela

Errante sem donzela bela.

Em natura vai brilhando,

Entre os bosques de lamúria retumbando.

Vai buscando no presente o futuro adiantado

Errante cavaleiro iluminado.

Vai tecendo entre as teias seus enlaços,

Caminhando com palavras, pés descalços.

Transportando seu saber de outros mundos

Em dois olhos de magia, poços fundos.



15 de abril de 2011

Para Pedro Semente.
Já eras minha antes de ser tua. Mas fui, sem pressa. E antes de te perceber, estavas tomada.
Ironia minha que flui de meus lábios como perfume.
Perfume ácido, sarcástico, perfume insípido, incolor.
De velhos tempos recriada, transmutada.
De noites alvas turvas. Lembranças de memórias repetidas. Trechos perdidos no escuro.
Fins de céu, de estrelas.
Não chega discreta. Não mostra secreta, nem andas ereta.

Estavas lá como um presente, a quem não se dá: se estende.
Sinuosa ironia doce.
Como água amarga, fel. Pautada de sorrisos singularizados.
De formas indomadas, sem gosto, sem sal.
E não és nem chave nem fechadura. Nem cadeado nem portão.
És ponte, passagem, atalho, desvio. És pretexto, escapatória, escapulário.
Parte que se excede sem demora, sem vista. Pretensiosa, presente. Invariavelmente descrente. Transitória de estado. Uma epopéia sem Hulisses, sem Vasco da gama. Só em essência.
E não és nada, só as falas amargas de um tempo sem beneficiários. És produto e criação. És tu e ponto.
Fim.
Já não eras mais nada.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Estavamos flutuando junto a multidão. Rumo a um tal infinito que no entanto, poderia ter seu fim.
Estavamos perdidos, embebidos pelo mundo, embriagados de sonhos, sentindo a música que pulsava nos corações da nação.
Não éramos nós mesmo e estávamos perdidos dentro das almas que habitavam os corpos que chamamos de nossos.
No final somos apenas isso. Almas perdidas procurando seu Norte


Inspiração, aquilo que não se pode conter.

Inspiração, momentânea que passa.

Inspiração eterna, de se ter o ser

De se ser dentro de si o sempre.


Fugaz, fugitiva, figurante

Fogo que foge por entre os dedos

Água que corre, perene, atrativa


Um beijo, uma cena, palavra
Fato ideia, mensagem incerta


Conversa de fim de tarde

Céu azul de outono

Vento gelado na face quente corada


Areia nos pés

Árido de sol

Inspiração de vida


Inspiração. Expiração. Afflatus.