segunda-feira, 18 de abril de 2011
sábado, 16 de abril de 2011
quinta-feira, 14 de abril de 2011
"E se me achar esquisita, respeite também.
Até eu fui obrigada a me respeitar." - Clarice Lispector
Com o passar do tempo a gente entende, que já não são as qualidades que importam, nem mais os defeitos, mas sim o contexto todo, a forma como se reage com o mundo. A forma como se vive o mundo e dele se cria.
Até eu fui obrigada a me respeitar." - Clarice Lispector
Com o passar do tempo a gente entende, que já não são as qualidades que importam, nem mais os defeitos, mas sim o contexto todo, a forma como se reage com o mundo. A forma como se vive o mundo e dele se cria.
terça-feira, 12 de abril de 2011
Alma minha gentil, que te partiste
"Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou."
Luís de Camões
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou."
Luís de Camões
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domingo, 3 de abril de 2011
Vejo minha vida por inteiro e é como se visse a chuva de fora. E ao mesmo tempo, como se ela corresse dentro de mim. Não sinto vontade de chorar, por que, no fundo, as grossas gotas choram por mim. E essa chuva material que deságua, me acolhe. Me guarda como uma semelhante. Como uma irmã. E não entendo ao certo o que significa tudo isso. Só deixo correr. Como a chuva passando pelas calçadas. Bueiros.
[E lhe disse: "De todas maneiras, tenho que sair daqui para acordar".
Lá fora o vento bateu um instante, ficou quieto depois, e ouviu-se a respiração de alguém adormecido que acabava de virar-se na cama. O vento do campo suspendeu-se. Já não houve mais odores. "Amanhã vou reconhecer você por isso", disse. "Vou reconhecê-la quando vir na rua uma mulher que escreva nas paredes: 'Olhos de cão azul'". E ela, com um sorriso triste — que já era um sorriso de entrega ao impossível, ao inatingível —, disse: "Não obstante, você não lembrará nada durante o dia". E voltou a pôr as mãos sobre o abajur, com a expressão obscurecida por uma névoa amarga: "Você é o único homem que, ao acordar, não se lembra nada do que sonhou".] - Olhos de Cão Azul - Gabriel Garía Márquez
Lá fora o vento bateu um instante, ficou quieto depois, e ouviu-se a respiração de alguém adormecido que acabava de virar-se na cama. O vento do campo suspendeu-se. Já não houve mais odores. "Amanhã vou reconhecer você por isso", disse. "Vou reconhecê-la quando vir na rua uma mulher que escreva nas paredes: 'Olhos de cão azul'". E ela, com um sorriso triste — que já era um sorriso de entrega ao impossível, ao inatingível —, disse: "Não obstante, você não lembrará nada durante o dia". E voltou a pôr as mãos sobre o abajur, com a expressão obscurecida por uma névoa amarga: "Você é o único homem que, ao acordar, não se lembra nada do que sonhou".] - Olhos de Cão Azul - Gabriel Garía Márquez
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