sexta-feira, 11 de maio de 2012

Se carregue por seu baço.
Não há forma que,
Sucintamente,
Caracterize o imenso, o
grandioso, o
trépido e
incorpóreo amor.
Não há pausa certa que se
Entremeie, por entre risos
distintos,
Que sirva como fonte inspiradora
Para o grande coração
Que habita peitos desalentados
E desmamados e desprecavidos
E depreciados
De sua imensidão desregrada
De coração tácido e periférico
E esférico. Como as rodas matutinas
Da frota maquinária buzinante.
Os corações despreparados.
Não há, não há droga
para esses.
Corações remediados, remendados.
Imaculados
Em suas destrezas de alta
Valorização política.
Cheios de voz e de tédio
Imaculados pelo ócio.
Ambiguos pelo excesso.
Excesso e escasso de amor. 

Nunca nada antes expressou tão perfeitamente a escala de prioridades.


quinta-feira, 10 de maio de 2012

Mulher, ah mulher,
Praticaste entre o vinho e o fogo
O andar sóbrio
De semelhante
Enforcada nos teus próprios
Galhos
"Beber a água
do mar azul
dos teus olhos.
Taí uma coisa difícil."
(João Claudio Arendt. In: 
Vera Aguiar, coord. Poesia fora da estante. 
Porto Alegre: Projeto, 2002. v. 2. p. 80)

Faço lijeiro esse poema
De sentimento,
Pra guardar dentro do peito
Grande, a espera
E a esperança vagarosa
Que se alastrava
Pelas visceras do corpo e
Dos olhos que o viram,
Assim de fato,
Pela primeira vez.