sexta-feira, 23 de março de 2012

"e fazia tantas poesias para acompanhar as suas fantasias" - A Lua na TV - Os The Darma Lóvers

Sobre uma antiga aula de física

É bonito, perceber as palavras próprias na voz do outro. É bonito assim, encontrar um tímbre diferente representando um tema, tão conhecido, na mente anteriormente conservada. Há uma beleza pura na surpresa, como há nas coisas simples. É bonito ser falado e relembrado. É bonito assim, só por ser bonito e por existir o contentamento. Sem saber necessariamente a razão ou argumento do ato. É pensar "por quê?" e é não pensar em nada.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Apelo do corpo discente

Não conta um poema
Pelas linhas que o sucedem.
Conta pelos traços que ele tem.
Conta a vida curta
Dos amantes,
O beijo,
A página amarelada
Onde hábita o Ode.
Não faças a escanção
Dos versos humanos.
Não toques.
Não estudes.
Não interfira.
Deixa que a quadra
Ou linha (inserido o verso)
Emane de seu modo cansado
E centenário
Cada forma e versão
Não revelada.
Deixe que o tempo se separe do espaço.
E mergulhe-o na escuridão
Da mente que o habíta
Por um instante.
Não profanes
O poema turbulento.
Não afagues o calmo.
Não transforme as
Errôneas ortografias
Em borrões carmim.
Deixa que descanse
A avaliação poética
E não pense na métrica
Pensando achar solução.
Lembre do lápis escorregadio no papel e apenas se entre. Sinta.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Moro na cavidade do âmago do violão.
Chama de tristesse ou não,
Afinal, não são de nomenclaturas
Que se fazem os poemas.

Chama o som do que queres
Desde que respeite a beleza
Da melodia
Das palavras

Que restam no choro,
Na água
E na mágoa.

Morro no sono profundo
E doce
Da hora passada.

Vivo perdendo no nada
O sopro de graça.

Sento no banco da praça
Pra ver navio passar.