sexta-feira, 16 de março de 2012

Apelo do corpo discente

Não conta um poema
Pelas linhas que o sucedem.
Conta pelos traços que ele tem.
Conta a vida curta
Dos amantes,
O beijo,
A página amarelada
Onde hábita o Ode.
Não faças a escanção
Dos versos humanos.
Não toques.
Não estudes.
Não interfira.
Deixa que a quadra
Ou linha (inserido o verso)
Emane de seu modo cansado
E centenário
Cada forma e versão
Não revelada.
Deixe que o tempo se separe do espaço.
E mergulhe-o na escuridão
Da mente que o habíta
Por um instante.
Não profanes
O poema turbulento.
Não afagues o calmo.
Não transforme as
Errôneas ortografias
Em borrões carmim.
Deixa que descanse
A avaliação poética
E não pense na métrica
Pensando achar solução.
Lembre do lápis escorregadio no papel e apenas se entre. Sinta.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Moro na cavidade do âmago do violão.
Chama de tristesse ou não,
Afinal, não são de nomenclaturas
Que se fazem os poemas.

Chama o som do que queres
Desde que respeite a beleza
Da melodia
Das palavras

Que restam no choro,
Na água
E na mágoa.

Morro no sono profundo
E doce
Da hora passada.

Vivo perdendo no nada
O sopro de graça.

Sento no banco da praça
Pra ver navio passar.



domingo, 11 de março de 2012

What I supposed to do?
SAUDADE É COISA QUE DÓI DEMAIS
As vezes voltar no tempo parece ser uma coisa interessante. Não para mudar o que aconteceu, mas para reviver por um instante o derradeiro acontecimento. Aquele frame. Só.
Ver de fora como foi, imaginar como poderia ter sido. Apenas assistir, como num filme, as próprias memórias. A verdade ficaria mais evidente. Dizem que a cada vez que você lê um texto ou um livro você o enxerga de outra maneira. Quem sabe não seria assim?
Por ventura do destino
Hoje não adentrei
No mundo das ideias.
Meu acesso foi negado,
Vetado,
Terminantemente refutado.
Não achei a fonte doce
Das palavras mudas.
Não amei as trépidas musas.
Não chorei por Adão,
Nem cantei sobre ipês.
Hoje não há sabor.
Não há calor.
Não há rebento,
Nem melancolia.
Hoje há um poço fundo
De infinitas possibilidades
Nunca antes (e nunca depois)
Exploradas.