terça-feira, 4 de janeiro de 2011



O alçar voo dos pássaros junto ao carmim celeste.

Deixa que os pássaros partam para que a noite chegue também.

E já se sabe.

Que perder, é tão dolorido quanto ganhar é tão bom.

As incertezas vão ganhando forma e os pesadelos cor.

Já são flocos de areia na praia, o que era sólido.

Enquanto as margens de amargura são afirmadas e sente-se a dor física

do fim cruel.

O fim do êxtase, da cor, dos irmãos de antes.

Findo como os destroços de um pedaço de pão.

E se pensa o quanto um bom interlocutor é preciso ter.



sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Tomei um banho.

Deixei que 2010 escoasse com a água junto ao meu corpo. Lavei com sabão as angústias e maus pensamentos, tomando o cuidado de esfregar bem os cantos e guardar as boas lembranças na memória. Enxaguei meus cabelos e percebi, derrepente, que me tornei mais forte.
E como se tivesse vivido uma vida em um só ano esvaziei a mente, deixando o passado para trás. Aguardando prontamente o que o futuro reserva para mim. Sem grandes esperanças, nem planos. Sem esperar realmente algo ou alguém. Somente reservando espaço em minha vida para tudo o que vier de novo. Again.

"The tune will come to you at last
When all are one and one is all, yeah
To be a rock and not to roll
And she's buying a stairway to heaven"
- Led Zeppelin

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Já viajei ao continente Antártico,



participei de expedições marítimas, vivi grandes amores, morri, renasci, conheci terras mágicas e castelos imponentes. Voei em dragões, participei de grandes batalhas, enfrentei monstros e na maioria das vezes sobrevivi. Chorei, lutei, atravessei os seis continentes terrestres.
Tive os melhores amigos do mundo, vivi as mais diversas eras, nas mais diferentes dimensões.
Tudo sem sair de meu sofá.
Páginas escritas em capa dura ou não. Velhos, rasgados, novos em folha. Literatura.
Livros apaixonantes que me proporcionaram experiências incríveis, inacreditáveis.
Grossos volumes literários que me fizeram suspirar.
Cada frase lida, capa página virada é um momento de êxtase. Que se perpetua em minha alma, e morrerá em mim. Cada história recontada em minha mente. E sempre, sempre haverá espaço para uma nova.

No papel ou não.


segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

"Aparecida - O Milagre" - Crítica

Tenho que compartilhar o quão decepcionada estou com o cinema brasileiro atual.
Não sei se é a minha escolha para filmes ruins ou se os filmes estão ruins mesmo.
Dou início então, a minha primeira crítica cinematografica.

Aparecida - O Milagre narra a vida de Marcos, um menino nascido na cidade de Aparecida, envolto numa atmosfera de fé e devoção do pai (Rodrigo Veronese) e da mãe (Bete Mendes).
Após a morte trágica e bastante previsível do pai num acidente na construção da basílica de Nossa Senhora Aparecida, Marcos se revolta contra a Santa por acreditar que a causa da morte de seu pai se deve a ela.
Apelativo e com toques elevados de fanatismo, o filme não provoca comoção alguma, a não ser a indignação alheia.
O menino Marcos cresce com o cliché "35 anos depois.." - que ridiculariza ainda mais um filme sem qualidades artísticas - e se torna um grande empresário frio com problemas com o único filho Lucas (Jonatas Faro) que no passado se envolveu com drogas.
A trama de Tizuka Yamasaki possui diálogos simplórios e atuações pouco esforçadas.
O termo religioso é abordado em toda a narrativa e se intensifica quando Lucas sofre um acidente de moto depois de uma discussão digna de novelas mexicanas com o pai.
Como já era esperado Marcos recusa de imediato o apelo à Nossa Senhora e descobre após um conversa com a mãe a salvação de seu filho na fé à mesma. Numa espécie de transe Marcos pode ver ao vivo e à cores a narração que seu pai lhe fez sobre a história da aparição da primeira imagem de Nossa Senhora, como se estivesse em 1717, fato de que é contado mais de uma vez durante o filme. Isso lhe faz perceber que a santa salvará milagrosamente seu filho que se encontra em coma.
E seguindo os padrões do final feliz, Lucas acorda do coma enquanto uma enfermeira histérica sai gritando do quarto onde ele está "É um milagre" várias e várias vezes desnecessariamente.
Então a família feliz cristã se une novamente: Marcos e Sonia (Leona Cavalli), sua ex-mulher e amiga de infância, voltam a ficar juntos enquanto Beatriz (Maria Fernanda Cândido) secretária de Marcos e apaixonada pelo mesmo, sai alegre de cena como uma intrusa.
O sotaque interiorano é confuso e forçado, o cabelo de Beatriz parece mudar a cada cena e no final das contas a trama não revela fatos mais importantes sobre Aparecida.
Atores de novela, diálogos de novela, fotografía de novela, direção de novela, enfim, é uma novela disfarçada.
Seguindo a linha de filmes sobre religião como Chico Xavier, Nosso Lar e Irmãos de Fé, o filme não surpreende e não explora nenhuma novidade no quesito da fé religiosa.
100 minutos de filme relativamente tedioso, agrada somente o meio cristão. Digo isso sem a intenção de insultar nenhum tipo de fé, mas a linguagem cinematográfica mais profunda, não é abordada de fato.
As imagens da Basílica de Aparecida são o maior e único trunfo do filme.
Porém podemos contar com uma bilheteria razoável se metade do número de fiéis da padroeira estiverem prestigiando Aparecida - O Milagre nos cinemas.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010


Agora falta pouco. Oito dias completos e mais algumas horas.
Espero sinceramente que o próximo ano seja melhor do que esse.
Foi maravilhoso, 2010. Tanta coisa aconteceu e acontece a cada segundo mais. Fascinante como 365 dias podem mudar uma pessoa.
Uma vida inteira pode ser transformada em um ano. E realmente, a minha foi.
Mas apesar de todas as pessoas que conheci, todas as coisas que vivi, todo o sentido que aprendi, desejo mais. Mais sorrisos no próximo ano, menos lágrimas, menos drama, mais poesia, mais beleza, mais felicidade, mais amor, tudo mais,
Falta pouco pra que as 23:59 do dia 31 de dezembro chegue e eu mal posso esperar.
Eu sei que não vai mudar muita coisa, mas só por saber que tudo começa outra vez, já me sinto realizada.

" Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem (se algum houve) as saudades.
E afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía." Luís Vaz de Camões

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010






Engraçado como as infâncias são incríveis.

Sabe o que me lembra a minha?

Led Zeppelin. Era esse o tipo de música que usava para dormir: um som envolvente, tocando meio baixo nas caixas de som ecoando em minha mente infantil.
Como uma perfeita canção de ninar.



is the rock 'n' roll on my blood.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

I am The Cherry Bomb !



"Stone age love and strange sounds too
Come on baby let me get to you
Bad nights cause'n teenage blues
Get down ladies you've got nothing to lose

Hello Daddy, hello Mom
I'm your ch ch ch ch ch cherry bomb
Hello world I'm your wild girl
I'm your ch ch ch ch ch cherry bomb"


- just a little tribute to goddesses of rock